Mulher denuncia médico por ter retirado rim errado em cirurgia

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CAMARA VG

A técnica de enfermagem Sirlei Herrera Infante Pereira, de 47 anos, denunciou o médico Marcos Ednelson Garcia Bello à polícia depois de ter retirado o rim "errado"  em uma cirurgia realizada no Hospital Regional de Cáceres (a 222 quilômetros de Cuiabá). Embora a cirurgia tenha sido realizada há três meses, o caso só veio à tona após registro do boletim de ocorrência na última terça-feira (11).

Consta do boletim de ocorrência, que Sirlei fez um tratamento médico devido a um problema em seu rim esquerdo, que estaria com nódulos. O cirurgião oncologista pediu vários exames como ressonância magnética, tomografia, ultrassom entre outros e chegou à conclusão que ela teria que ser submetida a uma cirurgia de retirada.
 
A cirurgia ocorreu no dia 06 de agosto, mas depois disso ela continuou passando mal. No mês seguinte, a técnica de enfermagem fez uma ultrassonografia, que não localizou o rim direito.
 
Sirlei procurou o médico Marcos. Segundo ele, a retirada do rim direito aconteceu depois que ele apalpou os órgãos e verificou que o retirado estava “podre e desmanchando como um tecido velho”.
 
Exames feitos por uma junta médica, em Cuiabá, concluíram que não haveria necessidade de retirada de nenhum dos rins. Além disso, apontou que o rim direito estava saudável.
 
Em retorno com Marcos, no Hospital Regional, ele teria afirmado a Sirlei que não haveria necessidade de operar o rim esquerdo e que o problema com o órgão não iria atrapalhar sua vida.
 
Outro lado
 
Ao Olhar Direto, o Hospital Regional informou que o diretor da unidade seria o responsável por falar sobre o assunto com a imprensa. Porém, ele estaria em viagem e só retorna para Cáceres na próxima segunda-feira (17).
 
O Conselho Regional de Medicina (CRM) informou que tomou conhecimento do fato através da imprensa. Uma sindicância ex-officio (quando não há presença de um denunciante) será aberta para levantar informações sobre o fato.
 
Na sindicância serão levantados prontuários médicos, as duas partes serão ouvidas e no final do processo, que tem um prazo de 180 dias, uma comissão avalia se a denúncia é arquivada ou se ela é acatada.
 
Sendo acatada, ela se torna um processo ético profissional, onde os profissionais envolvidos devem responder pelo fato ocorrido.  As advertências vão desde uma censura privada, suspensão temporária e até mesmo de uma cassação do registro.
 
O CRM ressaltou ainda, que qualquer paciente que se sinta lesado ou detecte erro médico deve procurar o conselho para fazer a denúncia para que os fatos sejam apurados.

Já a  Secretaria do Estado e Saúde (Ses) informou a direção do Hospital vem prestando todos os esclarecimentos à paciente e às autoridades que investigam o caso.
 
Veja posicionamento na íntegra da Secretaria de Saúde:
 
A Secretaria de Estado de Saúde, por meio da diretoria do Hospital Regional de Cáceres, informa que está apurando o caso administrativamente com base nas informações contidas em relatório de descrição cirúrgica e de laudo de exame e que dentro do prazo de uma semana deverá emitir uma decisão oficial a respeito da denúncia. A SES/MT informa que a direção do Hospital vem prestando todos os esclarecimentos à paciente e às autoridades que investigam o caso.

Fonte: Olhar Direto 

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