Delegado diz que carta mostra desespero e cita que a ‘PM é muito maior que um tenente-coronel’

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Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto
CAMARA VG

Fonte: Olhar Direto

O delegado Flávio Henrique Stringueta, titular da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), afirmou que a carta enviada pelo tenente-coronel Marcos Eduardo Ticianel Paccola demonstra desespero. O militar havia dito que a “Operação Coverage” faz parte de uma estratégia de Stringueta para denegrir a Polícia Militar, mas o delegado negou e disse ainda que um policial ruim não macula a imagem da PM/MT.
 
Na carta o tenente-coronel afirma que procurou a Corregedoria da Polícia Militar, o Ministério Público e o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) para ser ouvido, mas “que o MP não fez questão de ouvir o Oficial, apenas a Corregedoria da PM que fez a coleta por áudio e vídeo das declarações”.
 
O militar afirmou que irá provar que policiais foram presos injustamente e que irá provar que jamais existi vínculo algum com a “Operação Mercenários”. Além disso ele afirmou que a operação deflagrada pelo GCCO é “uma estratégia do Coordenador do GCCO da Polícia Judiciária Civil que está usando o Ministério Público para denegrir a imagem da PMMT e dos Policiais Militares”.

Em resposta o delegado Flávio Stringueta criticou o militar por falar em nome da PM, já que é apenas um oficial, e “a PM/MT é muito maior do que a mera existência de um Tenente Coronel qualquer”.
 
Ele negou a acusação de que há uma intenção do GCCO em denegrir a imagem da PM, “mesmo porque a sua imagem não ficará manchada por conta das ações de alguns poucos policiais militares”. Ao final ele ainda disse que a carta demonstra um desespero por parte do policial.
 
O caso
 
O Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) deflagrou, na manhã desta quarta-feira (21), uma operação com o objetivo de cumprir quatro mandados de prisão contra oficiais da Polícia Militar, em Cuiabá.
 
As informações iniciais apontam para uma suposta venda ilegal de armas por parte dos acusados. De acordo com informações apuradas pela reportagem do Olhar Direto, são alvos o tenente-coronel Marcos Eduardo Paccola, tenente Cleber Ferreira, tenente Thiago Satiro e o tenente-coronel Sada Ribeiro Parreira. O PM Ferreira foi alvo no último dia 25 de junho de uma operação conjunta que levou à prisão envolvidos com um esquema que garantia a entrada de celulares na Penitenciária Central do Estado (PCE).
 
Segundo consta, os alvos são investigados por um esquema de adulteração de numeração de armamentos na Superintendência de Apoio Logístico e Patrimônio (Salp) dentro do Comando Geral da PM.
 
Leia a carta do tenente-coronel na íntegra:
 
O Tenente Coronel Marcos Paccola, na última sexta-feira, após retornar da missão de SINOP, oportunidade em que seria preso em Pleno evento do Judiciário em Movimento o qual esteve presente até um Ministro, procurou a Corregedoria da Polícia Militar, o GAECO e a Promotoria Militar, para ser ouvido com interesse de esclarecer os fatos que deram origem ao seu pedido de prisão, conforme relatado no HC Preventivo.

As informações são de que o MP não fez questão de ouvir o Oficial, apenas a Corregedoria da PM que fez a coleta por áudio e vídeo das declarações.

Sobre o depoimento as informações é de que o Oficial esta indignado com a prisão do Ten Satiro e do Ten Cel Parreira que não tem relação alguma com seus atos, e que sobre os fatos ele vai esclarecer tudo sobre os registros e regularização da arma,  e que cabe ao Tenente Ferreira esclarecer sobre a arma.

Acredita que tudo isso faz parte de uma estratégia do Coordenador do GCCO da Polícia Judiciária Civil que está usando o Ministério Público para denegrir a imagem da PMMT e dos Policiais Militares, tudo isso segundo a Carta Aberta do Oficial faz parte de uma "GUERRA IRREGULAR" instalada entre as corporações que se acirrou após ocorrência do Carro Forte do Atacadao.

Afirma o Oficial que vai provar para Justiça e para toda sociedade que jamais existiu vínculo algum com integrantes da Operação Mercenários.
 
Leia a carta do delegado titular do GCCO na íntegra:
 
Trata-se de um texto confuso que diz muito sem contudo alcançar um objetivo prático. Ele fala em nome de sua instituição sem ter procuração para tanto, e parece se esquecer, ou não considerar, que a PM/MT é muito maior do que a mera existência de um Tenente Coronel qualquer.

Eu também não tenho procuração para falar em nome da PJC/MT, portanto irei apenas me ater à minha posição dentro de seus quadros: titular da Gerência de Combate ao Crime Organizado – GCCO. Nessa senda, fiquei surpreso com a fala distorcida do tal autor, quando menciona algum tipo de rusga provocada por uma ocorrência que, como todos sabem, teve a atuação exclusiva da GCCO. Se algo existiu, até agora não nos chegou.

Não há nenhum interesse da GCCO em denegrir a imagem da PM/MT. Mesmo porque a sua imagem não ficará manchada por conta das ações de alguns poucos policiais militares. Afinal, em toda instituição há "maçãs podres", o que não a torna "maçã podre" igualmente.

A GCCO tem como missão investigar crimes de diversas ordens, e alcançará quem quer que seja que os cometa. Isso certamente incomoda os investigados. A carta escrita, e ora confrontada, demonstra desespero, pois não traz nenhuma coerência com algum tipo de linha de defesa. Aos desesperados deixemos o silêncio.

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