Saiba detalhes de como militares tentaram encobrir participação de colega em grupo de extermínio

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Foto: Rogério Florentino/Olhar Direto
CAMARA VG

Fonte: Olhar Direto

O Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) detalhou, em sua denúncia encaminhada contra os alvos da ‘Operação Coverage’, deflagrada para desarticular um grupo criminoso acusado de tentar embaraçar as investigações da ‘Operação Mercenários’, os detalhes de como os militares alvos da ação tentaram encobrir a participação do tenente PM Cleber de Souza Ferreira em sete homicídios (consumados e tentados) referentes à ‘Operação Mercenários’.
 
Consta na denúncia que o tenente Thiago Satiro Albino, responsável por um dos inquéritos, encaminhou em março a arma de fogo para perícia junto ao setor de balística da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec).  O laudo foi concluído menos de um mês depois, batendo com sete homicídios (consumados e tentados) investigados na ‘Operação Mercenários’.
 
O inquérito é referente a um disparo de arma de fogo que teria sido praticado pelo tenente PM Cleber de Souza Ferreira durante o ‘4º Arraiá da Rota’, ocorrido em junho de 2018.
 
Em junho deste ano, os policiais investigados na ‘Operação Coverage’ decidiram falsificar documentação para fazer a troca dela no inquérito. Eles demonstraram urgência na substituição do documento de cautela da arma de fogo, antes que a investigação retornasse ao Ministério Público Estadual (MPE) para apreciação.
 
Neste momento, a 13ª Promotoria de Justiça Criminal já havia tomado conhecimento do confronto balístico positivo da arma de fogo nos inquéritos da ‘Operação Mercenários’. A falsificação, segundo o Gaeco, teria sido feita pelo tenente-coronel Marcos Eduardo Ticianel Paccola, que inclusive confessou o crime.
 
Para tentar encobrir a participação do colega, os outros militares teriam inserido informações falsas no sistema de segurança, buscando colocar a cautela da arma de fogo para o tenente apenas em data posterior aos homicídios. Além disto, o grupo ainda tentou fazer crer que a pistola pertencia à Polícia Militar, o que é desmentido pelo Exército brasileiro, que coloca Cleber como o dono.
 
No entendimento do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), a organização criminosa, que tinha o objetivo de atrapalhar as investigações, atua como grupo de extermínio, que tem como um dos integrantes o tenente Cleber Ferreira, que teve também prisão preventiva decretada em razão do confronto balístico positivo da sua arma.

Denúncia
 
O Ministério Público de Mato Grosso (MPE) ofereceu denúncia criminal relacionada à ‘Operação Coverage’, contra cinco oficiais da Polícia Militar (PM), no final da tarde de quarta-feira (4).
 
Foram denunciados o 2º tenente Cleber de Souza Ferreira, o tenente Thiago Satiro Albino, os tenentes-coronéis Marcos Eduardo Ticianel Paccola e Sada Ribeiro Ferreira e o 3º sargento Berison Costa e Silva.
 
Os denunciados devem responder pelos crimes de organização criminosa, embaraço de investigação em três inquéritos, falsidade ideológica, fraude processual e inserção de dados falsos em sistema de informações.
 
Além da condenação pelos crimes praticados, o Ministério Público requereu que, ao final da ação penal, seja decretada a perda definitiva do cargo público dos cinco réus.
 
Consta na denúncia, que os oficiais militares utilizaram-se de seus cargos e funções de relevância para fomentar esquema criminoso voltado à adulteração de registros de armas de fogo, mediante falsificação documental e inserção de dados falsos em sistema informatizado da Superintendência de Apoio Logístico e Patrimônio da Polícia Militar.

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