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Bezerra: “Não é um Nadaf da vida ou outro que vai me atingir”

Foto: Reprodução

Midia News

O deputado federal Carlos Bezerra (PMDB) voltou a criticar a possibilidade de ter sido citado na delação premiada do ex-secretário chefe da Casa Civil do Estado, Pedro Nadaf. O peemedebista disse não haver “mácula” em sua vida pública e que o delator o citou de forma “indevida”.

Na delação, cujo conteúdo ainda permanece sob sigilo, Nadaf citou crimes que teriam sido cometidos por Bezerra e pelo ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PR). 

O termo de colaboração premiada foi firmado com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e homologado, em março deste ano, pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Em razão de Bezerra e Maggi possuírem prerrogativa de foro, o acordo foi firmado na PGR, e não no Ministério Público Estadual (MPE). 

“Se ele fez alguma citação, fez indevidamente. Eu não sei se ele fez. Eu tenho 45 anos de vida pública. Fui prefeito duas vezes, governador. Você não vai encontrar uma mácula. Sempre tratei as coisas republicanamente”, disse em entrevista à TV Record.

“Estou fora tanto de escândalo nacional quanto estadual, porque sempre agi com correção. Então, não é um Nadaf da vida ou outro que vai me atingir. Se ele disse alguma coisa, disse infundadamente”, afirmou.

Bezerra afirmou, ainda, ter tido pouco contato com o ex-secretário chefe da Casa Civil, pois tinha acesso direto ao então governador Silval Barbosa (PMDB).

“Tivemos pouquíssimo contato. Quando ia ao Palácio, falava diretamente com o governador. Não tinha necessidade de usar o chefe da Casa Civil para falar com o governador. Eu tinha acesso direto”, disse.

“E isso também não quer dizer nada. Eu ajudei o governador. Esse programa de estrada feito pelo atual Governo é com dinheiro construído por nós, naquela época”, afirmou.

Confissão de Silval

Questionado se as confissões feitas pelo ex-governador Silval Barbosa e informações de que ele estaria fechando uma delação preocupam os políticos, Bezerra desconversou.

“Não sei quem está envolvido, quais políticos estão envolvidos. Não sei definir isso. Deve preocupar alguns que estão comprometidos nesse processo”, disse.

Delação  

A confirmação de que Pedro Nadaf firmou a delação foi feita pela juíza Selma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital, durante audiência ocorrida em julho.

Nadaf se comprometeu, no acordo, a devolver R$ 17,5 milhões aos cofres públicos para compensar os desvios cometidos durante os anos em que ocupou cargos na gestão Silval Barbosa (PMDB).

Ele devolverá parte em dinheiro e parte em imóveis.

"O investigado se dispôs a colaborar com a instrução processual confessando delitos por ele cometidos, no bojo das atividades da organização criminosa alvo das investigações revelando ilícitos que ainda não eram de conhecimento dos órgãos de persecução penal", afirmou o ministro Luiz Fux, no termo.

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