Midia News
Um show que reúne três grandes vultos da música brasileira chega a Cuiabá nesta semana. Elba Ramalho, Geraldo Azevedo e Alceu Valença incluíram a cidade no roteiro da nova turnê que celebra 20 anos de um dos espetáculos mais aclamados da música brasileira.
O Grande Encontro será neste sábado (02/09), no Centro de Eventos do Pantanal, às 22 horas. O show apresentado em Cuiabá pelo Pantanal Shopping e realizado pelas empresas A2 e Level Company, marca o lançamento do novo cd/dvd Grande Encontro, gravado ao vivo pela Sony Music.
Ingressos podem ser adquiridos nas lojas da Chilli Beans do Pantanal Shopping e pelo site www.blueticket.com.br
Alceu Valença realça que o clima do show é de amizade regado a música brasileira. “Estar no palco com Elba e Geraldinho é como cantar em casa, numa sala de reboco ou de visitas. Geraldo é meu parceiro e compadre, um dos maiores incentivadores da minha música desde sempre. Elba é uma amiga querida, companheira de geração e de arte. Somos da mesma região, o agreste e o sertão de Pernambuco e da Paraíba, e juntos criamos uma identidade orgânica. Nossa força está na maneira fiel e absoluta com que vivenciamos esta identidade”.
O Grande Encontro tem novidades em sua atual edição. Se o show original possuía um formato acústico, com versões que recriavam a mística do cancioneiro com intimismo e delicadeza, o novo espetáculo incorpora uma sonoridade elétrica e percussiva. Esbanja energia sem perder a ternura.
Na nova edição, Alceu, Elba e Geraldo cantam ao lado de instrumentistas de grande relevância no cenário nacional, como Marcos Arcanjo, Paulo Rafael (violões e guitarras), Ney Conceição (baixo), Meninão (sanfona), César Michiles (flauta), Anjo Caldas (percussão) e Cássio Cunha (bateria).
No repertório, entre trios, duetos e momentos solos, os clássicos que todo mundo quer ouvir: “Anunciação”, “Banho de Cheiro”, “Dia Branco”, “Tropicana”, “Moça Bonita”, “Caravana”, “Belle de Jour”, “Coração Bobo”, “Táxi Lunar”, “Ciranda da Rosa Vermelha”, “Bicho de Sete Cabeças” e tantas mais.
Do mestre Luiz Gonzaga, o trio alça voo em “Sabiá”. De seu filho Gonzaguinha, Elba interpreta uma arrasadora versão de “Sangrando”. Pela voz dos companheiros, Zé Ramalho marca presença autoral em “Chão de Giz” e “Frevo Mulher”.
Geraldo apresenta uma de sua nova lavra, a delicada “Só Depois de Muito Amor”, com letra do poeta Abel Silva. Alceu comparece com mais uma inédita do repertório, a “Ciranda da Traição”, cantada pelo trio. Elba e Alceu dobram vozes em “Flor de Tangerina”, tema da novela “Velho Chico”.
Dentre as surpresas, duas jóias vintage: "Papagaio do Futuro" (apresentada por Alceu, Geraldo e Jackson do Pandeiro no Festival Internacional da Canção de 72) e "Me Dá um Beijo", parceria de Alceu e Geraldo, agora com a presença de Elba nos vocais.
Geraldo Azevedo celebra: – “Vinícius de Moraes dizia que 'a vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida'. Há sempre um grande amor entre nós quatro. Elba e eu temos um projeto lindo chamado, Um Encontro Inesquecível que se transformou agora neste novo Grande Encontro. Existe uma relação muito forte que sempre vai nos unir. Somos parceiros da vida toda".
A história de o primeiro Grande Encontro
O primeiro Grande Encontro teve suas raízes em 1995, quando Alceu, Geraldo e Zé Ramalho (além de Luiz Melodia) fizeram um show beneficente no Teatro Guararapes, em Recife. Animado, Geraldo sugeriu a Zé que o trio idealizasse um espetáculo juntos.
Como Alceu tinha outros planos, Geraldo e Zé começaram a excursionar em duo. Um ano depois, Alceu subiu ao palco em um show da dupla no Canecão. Elba, na plateia, emocionou-se ao ver o trio cantando “Táxi Lunar”. O produtor Paulo TA sugeriu: Por que não reunir os quatro no mesmo palco?
Logo a ideia evoluiu para um ensaio geral na casa de Geraldo. Pensaram o repertório, conceituaram o espetáculo, definiram que o formato seria totalmente acústico. Munidos somente de seus violões, Geraldo, Alceu, Elba e Zé entraram juntos pela primeira vez em cena no ginásio Machadinho em Natal. Duas horas e vinte anos de estrada depois, a música brasileira jamais seria a mesma. O show seria assistido por mais de um milhão de espectadores em todo o país.
“A grandeza estava na simplicidade e na força de cada um individualmente. Quando juntava, era explosão! Aprendemos uns com os outros e mostramos uma fatia poderosa da nossa cultura. O Nordeste é potência máxima em música e nós mostrávamos toda a sua diversidade” – recorda Elba Ramalho.
O espetáculo passou por São Paulo, Recife, Salvador, Brasília, Fortaleza, Porto Alegre, Belo Horizonte, entre outras praças. No final de 1996, o álbum gravado ao vivo no Canecão (RJ) vendeu mais de um milhão de cópias e estabeleceu um marco para gravações de shows ao vivo no Brasil. O Grande Encontro rendeu mais dois CDs e um DVD, sem a presença de Alceu. Vinte anos depois, o vento torna a sacudir cabeleiras vermelhas em raios de sol lilás.