Olhar Direto
O Grupo Kroton Educacional, a maior empresa privada do mundo no ramo da educação, anunciou nesta sexta-feira (31) a venda de três faculdades controladas pelo grupo em Cuiabá e Rondonópolis.
As Faculdades Integradas de Rondonópolis (Unic-FAIR), o Instituto de Ensino Superior de Cuiabá e a Faculdade de Mato Grosso (FAMAT-Anhaguera) foram vendidas por um valor total de R$ 50 milhões.
As duas instituições de ensino foram vendidas a Treviso Empreendimentos e Participações S.A., uma empresa que diferente da Kroton não está na Bolsa de Valores, mas que recebe investimento da TCG Gestor Ltda., da Vinci Capital e da Santander Securities Services Brasil DTVM S.A., ligada ao Banco Santander.
O negócio faz parte do Acordo de Controle de Concentração (ACC) firmado entre o grupo e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em 2014. Na época, a Kroton teve de assinar o documento para que a sua fusão com as Faculdades Anhanguera fosse aprovada pelo órgão.
A preocupação do Cade naquela ocasião era de que a fusão criasse um monopólio de mercado que desestimulasse a competição e prejudicasse as concorrentes diretas. O Conselho registrou preocupações concorrenciais exatamente em cursos de Cuiabá e Rondonópolis.
Antitruste
Apesar do desinvestimento em algumas faculdades e a venda de outras, a Kroton não deixou de avançar ainda mais no mercado do ensino superior no Brasil. Em junho deste ano, o Grupo foi barrado pelo Cade quando tentou uma novo grande negócio, dessa vez com a Estácio Participações S/A, que seria comprado pela Kroton.
Um parecer emitido pela Superintendência-Geral do Cade em fevereiro já calculava que o ato de concentração oferece riscos à concorrência, e que não há eficiências específicas e verificáveis que possam ser repassadas ao consumidor. Desta vez, o Cade verificou que a aquisição da Estácio pela Kroton geraria ausência de rivalidade de mercado em pelo menos oito municípios.
São eles: Macapá, Campo Grande, Niterói, São José, Santo André, São Luís, Belo Horizonte e Brasília. Já na modalidade de ensino à distância (EAD), o Conselho apontou que a Kroton possui 37% do mercado, e passaria a deter 46% após a operação, o que aumentaria ainda mais ainda a sua capacidade nacional.