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“Aborrecidos” e “envergonhados”. Assim o presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (PSB), definiu o “estado de espírito” dos colegas cujos gabinetes foram alvo da Polícia Federal (PF) na manhã desta quinta-feira (14), durante a Operação Malebolge.
Ao todo, foram cumpridos mandados de busca e apreensão nos gabinetes dos deputados Romoaldo Júnior (PMDB), Wagner Ramos (PSD), Silvano Amaral (PMDB), Baiano Filho (PSDB), José Domingos Fraga (PSD), Oscar Bezerra (PSB) e Gilmar Fabris (PSD) e Ondanir Bortolini, o “Nininho” (PSD).
O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), é quem determinou as buscas, a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
“Quem vai falar que está animado? Claro que estão desanimados, que estão muito tristes, muito aborrecidos. Estão com vergonha. Pior se não estivessem. Aí seria pior. É melhor que tenham vergonha”, disse Botelho.
“Cada deputado está agindo de uma forma. Mas acho que tem que aguardar as investigações e continuar trabalhando”, afirmou.
O presidente disse que a ação da PF mudou a rotina na Assembleia, o que inclusive gerou a suspensão da sessão na manhã de hoje, por falta de quórum.
Ele afirmou esperar que na, próxima semana, os parlamentares consigam retomar as atividades normalmente.
Desde quando foram divulgados o conteúdo e os vídeos da delação premiada do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), em que é citado, entre outros pontos, o pagamento de propina a parlamentares, as sessões da Casa ficaram “minguadas”.
“Evidente que a operação mudou a rotina, [a Assembleia] estava cheia de polícia, o que não é normal. A sessão foi levantada, vários gabinetes receberam a visita da PF. Mudou nesse sentido, mas o administrativo continua trabalhando normal”, afirmou.
“Espero que na semana que vem os deputados estejam presentes e que as sessões tenham quórum para dar continuidade aos trabalhos importantes”.
Ao menos por ora o presidente afirmou que a Assembleia não vai abrir qualquer investigação contra os deputados alvos da PF.
Segundo ele, há pessoas inocentes entre os alvos e, cabe ao Legislativo, aguardar a conclusão dos trabalhos de investigação pela PF.
“A PF está fazendo uma investigação, levantando dados. Quando eles tiverem dados reais e encaminharem para nós, aí sim nós podemos tomar alguma providência. Houve a denúncia, se tem denúncia tem que investigar. E eles estão fazendo isso”, disse.
“Tem muito inocente aí no meio, tem que separar o joio do trigo. Tem que fazer a investigação. Eles estão fazendo o que é natural. Procedimento aqui na Casa ainda não há nenhum. Temos que trabalhar normalmente, deixar a polícia fazer o trabalho dela, a Justiça fazer o trabalho dela e a gente fazendo o nosso trabalho”, concluiu Botelho.