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Taques defende Jarbas, chama decisão de Perri de “esdrúxula” e promete acionar magistrado

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Olhar Direto

"O pior criminoso é o magistrado que abusa do poder para tomar decisões parciais". Essa dura frase resume o tom da resposta dada pelo governador Pedro Taques (PSDB) à decisão do desembargador Orlando Perri, que afastou o secretário de Segurança Rogers Jarbas do cargo e impôs o uso de tornozeleira eletrônica.
 
Taques convocou entrevista coletiva para se posicionar frente ao que classificou como decisão “esdrúxula” e prometeu acionar Perri no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Além das duras críticas ao magistrado, Taques ainda elogiou Jarbas, dizendo que confia absolutamente no secretário afastado, tanto pessoal quanto profissionalmente.
 
"Não aceito perseguições nem recados aos meus secretários", disse Taques, acompanhado de praticamente todos os secretários de Estado. Para o governador, a investigação da chamada “Grampolandia Pantaneira” é um absurdo.                       
 
O governador fez questão de deixar claro que apesar dos duros ataques a Perri, respeita o Judiciário e informou que antes de conceder a entrevista, ligou para Rui Ramos informando o presidente do TJ da atitude que iria tomar.
 
Taques chamou Perri de parcial e o acusou de extrapolar suas atribuições constitucionais ao investigar, acusar e prejulgar no que diz respeito ao caso dos grampos. “Já se passou o tempo que o cidadão tinha medo de magistrado”, completou. 
             
Volta às pressas
 
O governador cancelou agenda no interior e voltou às pressas para Cuiabá quando soube da decisão que afastou Jarbas. Taques estava na região de Juína, onde ocorre mais uma edição da Caravana da Tranformação, programa que visa levar serviços públicos e cidadania ao interior de Mato Grosso. Ele volta para o evento amanhã pela manhã.
  
Decisão de Perri
 
O desembargador Orlando Perri determinou nesta quarta-feira (20) o afastamento do Secretário de Segurança de Mato Grosso, Roger Jarbas, e a aplicação de tornozeleira eletrônica, além de busca e apreensão nas dependências da Secretaria de Estado de Segurança Pública.

Os pedidos foram apresentados por Ana Cristina Feldner, autoridade policial responsável pela condução das investigações no Inquérito Policial sobre os grampos, por indícios de que Jarbas estaria atuando para prejudicar as investigações.
 
O secretário afastado mandou investigar por conta própria conduta da delegada de polícia Alana Derlene Sousa Cardoso, que, em tese, teve envolvimento em suposto grampo ilegal. Rogers Jarbas tentou investigar ainda o seu antecessor, o promotor de Justiça Mauro Zaque de Jesus, autoridade que trouxe à tona a existência do grupo criminoso formado para prática de escutas telefônicas clandestinas.
 
O secretário de Segurança afastado teria, conforme os autos, repassado documentos sigilosos do inquérito policial ao governador Pedro Taques e ao ex secretário de Casa Civil, Paulo Taques. “Portanto, não resta a menor dúvida de que o representado, valendo-se do cargo ocupado, vem agindo de maneira incisiva e direta no sentido de beneficiar seus aliados, determinando o fornecimento de documentos até então sigilosos, em detrimento das investigações levadas a efeito pelas autoridades policiais”, diz Perri na decisão.

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