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O comandante do 3º Batalhão, tenente-coronel Wendell Soares Sodré, 42 anos, foi afastado de suas funções após o coronel PM Evandro Lesco, que está preso na unidade, ser flagrado andando livremente pelas ruas do bairro CPA 4, comprando objetos de higiene pessoal e sacando dinheiro. Um inquérito foi instaurado pela Corregedoria da Polícia Militar.
A assessoria de imprensa da corporação informou que o comando da instituição “tomou conhecimento da suposta saída do coronel Evandro Lesco do quartel do 3º Batalhão de Polícia Militar, onde está custodiado, e determinou a Corregedoria instauração de Inquérito Policial Militar (IPM) para investigar”.
Além disto, confirmou o afastamento do comandante da unidade em questão, Wendell Soares Sodré. Lesco foi encaminhado para a unidade após o desembargador Orlando Perri determinar a sua prisão. Como é policial militar, ele ficou detido na sede do 3º Batalhão.
O caso
O delegado Flávio Stringuetta, que apura o esquema de grampos em Mato Grosso, confirmou que o coronel da Polícia Militar Evandro Lesco saiu da sede do 3º Batalhão da PM, instalado no bairro CPA e passou 15 minutos fazendo compras em uma farmácia, na manhã desta quarta-feira (04). Ainda segundo o delegado, imagens do circuito interno de monitoramento de locais próximos ao estabelecimento comprovam que ele, de fato, esteve no local.
"Nós já ouvimos alguns funcionários da farmácia e eles confirmaram que ele (Lesco) esteve lá entre 9h45 e 10h15. Ele usou um caixa eletrônico e comprou ainda produtos de higiene pessoal. O doutor Perri é quem vai ter que falar sobre isso".
Ele ainda adiantou que a Corregedoria da Polícia Militar deverá apurar a conduta dos funcionários que permitiram que Lesco, mesmo com ordem de prisão preventiva, saiu do local.
Além de ter comprado produtos de higiene pessoal, ele ainda empregou o caixa eletrônico do estabelecimento comercial.
Esquema dos Grampos:
Reportagem do programa "Fantástico", da Rede Globo, revelou na noite de 14 de maio que a Polícia Militar em Mato Grosso “grampeou” de maneira irregular uma lista de pessoas que não eram investigadas por crime.
A matéria destacou como vítimas a deputada estadual Janaína Riva (PMDB), o advogado José do Patrocínio e o jornalista José Marcondes, conhecido como Muvuca. Eles são apenas alguns dos “monitorados”.
O esquema de “arapongagem” já havia vazado na imprensa local após o início da apuração de Fantástico.