Olhar Direto
O Movimento Sem-Terra (MST) ocupou, nesta terça-feira (17), duas áreas em Mato Grosso. A primeira é o latifúndio da ‘Fazenda Três Barras’, localizada em Dom Aquino e a outra é uma terra da prefeitura de Nova Olímpia. Na segunda-feira (16), o grupo também colocou seus integrantes na ‘Fazenda Rancho Verde’, em Cáceres. As ações fazem parte da Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária.
Segundo o MST, a área de latifúndio – que tem 5 mil hectares – é improdutiva. Ao todo, 300 famílias estão no local. Ao mesmo tempo, o grupo também invadiu, neste local com 100 famílias, uma área da prefeitura de Nova Olímpia. A escolha desta última se deve, segundo o movimento, às melhores condições de permanência das famílias.
Isso porque as famílias aguardam a resolução do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária em Mato Grosso (Incra) e da Justiça em relação às áreas já vistoriadas. O MST cobra a recomposição do orçamento da reforma agrária para que o órgão possa realizar serviços.
O grupo ainda aproveita para se posicionar contra a PEC Estadual do Teto e exige que se taxe o agronegócio. Além disto, se coloca contra as demais reformas que retiram direitos dos trabalhores.
Na segunda-feira, o MST também ocupou uma fazenda em Cáceres. No total, 200 famílias invadiram a área. Segundo o grupo, o Incra já realizou vistoria neste local para fins de reforma agrária. A ‘batalha’ já dura há mais de dez nãos.
Vanderly Scarabeli, integrante do movimento, disse ao Olhar Direto que a luta continua por tempo indeterminado: “Estamos reivindicando esses vários pontos. Para o ano que vem, a expectativa de caixa do Incra é de apenas R$ 34 milhões para todo o Brasil. Não tem condição de comprar uma área grande com isto, imagina para o tanto de famílias que temos. O MST acaba sendo uma escapatória das pessoas que ficam sem emprego, casa, para que não fujam para a criminalidade”.