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Caravana de Tangará da Serra conta com 545 voluntários capacitados

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A 10ª edição da Caravana da Transformação, com início nesta terça-feira (17.10), conta com o auxílio de 545 voluntários que participaram do curso de formação promovido pela Defesa Civil de Mato Grosso. Na noite desta segunda-feira (16.10), os novos colaboradores da Caravana de Tangará da Serra receberam os certificados de conclusão da capacitação.

O curso, com duração de 12 horas aulas, oferece aos participantes não só o conhecimento em voluntariado, mas também em noções de combate a incêndio e primeiros socorros, situações não esperadas e que exigem certa habilidade e experiência no manuseio de materiais até então desconhecidos pela maioria dos voluntários, como no caso dos extintores de incêndio.

Como módulos especiais, a capacitação também prevê o curso de Introdução à Linguagem Brasileira de Sinais (Libras) e condução de cadeirantes, já que o público atendido pela Caravana da Transformação é predominantemente idoso, sendo que grande parte tem a mobilidade reduzida. Trata-se de uma iniciativa da Secretaria Adjunta de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, vinculada à Casa Civil.

Para Letícia Araújo, o conteúdo visto serviu para fazer uma reciclagem de conhecimento. A jovem de 28 anos já é uma “veterana” quando o assunto é caravanas. Esteve na primeira e segunda edição do evento, realizadas em Barra do Bugres e Peixoto de Azevedo, respectivamente, e a última vez em Jaciara, quarta edição.

Fez a primeira vez o curso porque tinha curiosidade e, após três caravanas, recebeu sua recompensa: trabalhar como voluntária na própria cidade-natal: Tangará da Serra. “Eu já trabalho como voluntária em outras iniciativas, mas o que me motiva a continuar é a necessidade das pessoas. Eu sei que essas pessoas precisam”, disse Letícia.

O objetivo do curso é formar pessoas interessadas em ajudar a própria comunidade, seja por meio da Caravana da Transformação ou por situações emergenciais das quais o município pode passar. “Em uma sociedade individualista como a nossa, é uma bênção que existam iniciativas como essa. A comunidade é quem ganha com isso”, pontuou o coordenador-geral da Caravana e secretário do Gabinete de Governo, José Arlindo de Oliveira.  

Da primeira edição, realizada em Barra do Bugres no ano passado, até a 10ª edição do evento, muitas coisas mudaram, entre elas o número de voluntários formados, como lembrou o secretário adjunto de Proteção e Defesa Civil, Ten. Cel. BM Abadio José da Cunha Junior. De 350 voluntários formados na primeira edição, a Defesa Civil conseguiu chegar ao recorde de 812 capacitados na 9ª edição. Agora, na 10ª, chega a mais de 500.

“Ao longo das caravanas a gente observou que cada região tem suas características, mas em todas que passamos uma necessidade é unânime: a população precisa do serviço público. E o que fazemos com a Caravana é levar um serviço público de qualidade e aproximar o Estado da população”, disse Cunha.

“Tangará da Serra tem vocação para o voluntariado”, afirmou o prefeito do município, Fábio Junqueira. O gestor lembrou de fatos como uma grande febre que ocorreu na década de 1970 e que despertou nas pessoas uma imensa vontade de ajudar o próximo, como o caso de moradores que cederam suas casas para cuidar dos enfermos. O prefeito fez questão de parabenizar os voluntários da Caravana, lembrando que o voluntariado já salvou muitas vidas.

Voluntárias na estrada

Sílvia Flores foi uma das 800 pessoas formadas pela Defesa Civil para atuar na Caravana de Juína. A experiência foi tão proveitosa que ela e um grupo de quatro pessoas se organizaram para estar em Tangará da Serra durante os dias de evento. Os resultados da passagem da Caravana pela sua cidade não marcaram somente ela.

“Eu ainda vejo muita gente agradecendo por ter sido atendida na caravana e o meu aprendizado durante esses dias foi olhar para o meu próximo com de um jeito diferente. E esse bichinho do voluntariado pica a gente e faz a gente querer ir atrás da caravana”, brincou a voluntária.

Uma de suas companheiras da viagem que percorreu quase 500 km, Marcielli Contini, contou que o desafio foi grande, já que não conseguiram a ajuda necessária para estar em Tangará. Foi só um dia antes do início do evento que conseguiram o custeio para as passagens de ônibus. Desde então foi só alegria reencontrar pessoas com quem elas puderam trabalhar durante duas semanas.

Como o conhecimento deve ser compartilhado, tanto Sílvia quanto Marcielli ajudaram os voluntários no credenciamento do evento. Além das voluntárias de Juína, outras quatro voluntárias do município de Barra do Garças também vieram ajudar na 10ª edição da Caravana. “É muito bom estar ali servindo ao próximo”, finalizou Marcielli.

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