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Organização tinha 50 bocas de fumo em três bairros de Cuiabá

Reprodução

O delegado Rodrigo Azem, da Delegacia Especializada de Entorpecentes (DRE), afirmou que a organização criminosa presa durante a Operação Babilônia controlava 50 bocas de fumo em Cuiabá.

Os pontos de drogas funcionavam nos bairros Pedra 90, Tijucal e Osmar Cabral.

Todos os locais de venda de entorpecentes foram "estourados" pela Polícia Civil, durante a ação, na manhã desta terça-feira (12).

No total, a operação cumpriu 24 mandados de prisão preventiva e 58 de buscas e apreensão domiciliar, totalizando 82 ordens judiciais, expedidas pelas 13ª e 9ª Varas Criminais de Cuiabá.

Todos os acusados responderão por tráfico e associação para o tráfico de drogas.

Conforme o delegado, o líder da associação criminosa, Ronaldo Nonato, conhecido por “Gordão", cobrava R$ 100 de cada traficante, para que mantivesse o local em funcionamento.

Gordão integra uma facção criminosa – cujo nome não foi revelado -, que atua dentro de presídios e é responsável pelo cadastramento das bocas de fumo.

Na casa dele, os policiais encontraram listas com nome dos pontos de drogas e também mais de R$ 5 mil em dinheiro, que era originário do comércio de entorpecentes.

“Havia uma arrecadação de dinheiro para que a boca de fumo pudesse funcionar. E, para isso, cobravam um pagamento mensal de R$ 100 por boca de fumo. Identificamos aproximadamente 50 bocas de fumo. Um dos desses documentos foi apreendido na casa do principal líder, o Ronaldo. Ele que fazia essa cobrança. Sobre movimentação de valores e quantidade de drogas, isso ainda será analisado ainda”, disse Rodrigo Azem.

A investigação foi iniciada há sete meses, a partir de denúncias apuradas pela Núcleo de Inteligência da Delegacia de Entorpecentes e que evoluíram para apreensões de drogas, prisões de traficantes e detenções de usuários, originando 15 procedimentos (inquéritos e termos circunstanciados de ocorrências) no órgão.

Conforme o delegado, o trabalho investigativo e operacional identificou a existência de membros que desempenham funções específicas, sinalizando que são parte de uma ramificação que atua fortemente no mundo do crime.

Ele explicou que o comércio de drogas objetiva angariar lucros, meio de vida para sobrevivência de traficantes, que, com a venda de drogas, fomentam diversos crimes como roubos, furtos e homicídios.  

O delegado Marcelo Muniz Miranda classificou os traficantes, investigados na operação, "de médio porte", considerando que atuam no tráfico doméstico, aquele também conhecido por “formiguinha”, em razão de movimentar pouca quantidade de drogas, mas de forma intensa.

“Outras frentes serão iniciadas pela DRE, visando a identificar os fornecedores diretos, o dono da droga, aquele que traz o entorpecente da fronteira para comércio nessas bocas de fumo”, disse.

O delegado titular da DRE, Vitor Chab Domingues, informou que que o tráfico doméstico de entorpecentes age intensamente na comercialização de pequenas quantidades de droga e cria raiz no bairro, gerando  no local onde se instalam temor e sensação de insegurança ao morador do bairro, cidadão de bem que trabalhada honestamente.

“Nesse local há, indiretamente, a consumação de outros delitos, como furto, roubo, homicídio e até latrocínio, pois o usuário de droga, principalmente, aqueles que vivem na margem da miséria, para sustentar o vício, comete furto, roubo e, até mesmo, troca mercadoria furtada ou roubada na boca de fumo, com o objetivo de adquirir a droga”, disse. 

Midia News

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