O governador José Pedro Taques (PSDB) afirmou que não acredita que o vice-governador Carlos Fávaro (PSD), a quem considera amigo do peito, esteja articulando uma chapa de oposição para a disputa do governo de Mato Grosso. E, mesmo que existam conversas com oposicionistas, ele não acredita em traição, por entender que o diálogo é normal em política, principalmente em ano eleitoral.
O chefe do Poder Executivo tentou até desqualificar o senador Wellington Fagundes (PR), que, recentemente, disseminou a notícia das conversações de Fávaro com líderes oposicionistas. Ele citou sua amizade com o vice, a quem trata como Carlão, e colocou em dúvida a confiabilidade do senador republicano.
“O Carlos Fávaro nunca me falou isso [candidatura a governador]. Nós estamos juntos para melhorar Mato Grosso. Eu acredito mais no Fávaro do que no Wellington, viu”, argumentou Pedro Taques.
Quem vive o dia-a-dia do Palácio Paiaguás revela que, desde que Wellington Fagundes tornou público que foi procurado por Carlos Fávaro para costurar alianças para uma possível candidatura ao governo de Mato Grosso, o ambiente anda pesado.
No entanto, Taques não admite e afiançou que isso não provoca nenhum incômodo político ou administrativo. “Não. Nem um pouco [incomodado]. Eu acredito mais no Fávaro do que no Wellington”, provocou ele, num contra-golpe.
O governador insiste que não fala sobre a eleição deste ano. Ele insistiu que trata de sua candidatura à reeleição apenas após a Semana Santa. “Eu só falo em campanha eleitoral depois da semana santa, depois de comer canjica, comer peixe aqui em Cuiabá”, justificou Taques.
Antes disso, ele vai participar de reunião da Executiva do PSDB para discutir sua situação interna e aparar arestas com o deputado federal Nilson Leitão, com quem teve rusgas, no ano passado. O governador e o deputado federal tucano tiveram relacionamento recrudescido por causa do desejo de Leitão em sair candidato ao Senado da República.
Carlos Fávaro não atendeu nem retornou às ligações da reportagem do Olhar Direto. Em entrevista anterior, ele havia afirmado que, por sua envergadura política, "o PSD tinha o direito de cobrar uma vaga na chapa majoritária da coligação na qual participar", para a disputa das eleições de 2018, em Mato Grosso.
O presidente regional do PSDB, ex-vereador Paulo Borges Júnior, disse para o Olhar Direto que está aguardando o retorno de férias de alguns membros para convocar a reunião. “Não existe briga. Talvez haja divergências de opinião. Mas isso vamos discutir internamente”, resumiu Borges Júnior.