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Empresa usada para lavar R$ 7 mihões em esquema do Detran não tinha funcionário e despesas

Reprodução

A empresa Santos Treinamentos, alvo de investigação da ‘Operação Bereré’, deflagrada na última segunda-feira (19), seria usada para lavar o dinheiro proveniente do esquema, segundo a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE). Durante as investigações, ficou evidenciado que, atualmente, não há nenhum funcionário vinculado à ela e que de 2009 a 2010 tinha apenas um.
 
Segundo o relatório técnico, elaborado pelas autoridades, demonstra que a empresa era de fachada que, “conforme se pode extrair das informações prestadas pelos colaboradores, tinha a finalidade exclusiva de camuflar o pagamento de propina efetuado pela FDL de modo a esconder a origem ilícita do dinheiro, ou seja, a Santos Treinamento servia exclusivamente à lavagem de dinheiro”.
 
O documento ainda revela que o endereço da empresa é o mesmo de uma empresa de advocacia em que Antonio Eduardo da Costa e Silva figura como sócio/administrador/responsável. Elas ainda possuem o mesmo número de telefone e endereço de e-mail.  Nas imagens feitas no local, não é possível visualizar nada na fachada que demonstre a presença da Santos Treinamentos.
 
Também foi constatado, através do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, que a empresa possuía apenas uma funcionária ativa cadastrada no sistema, no período de 10 de fevereiro de 2009 a 29 de abril de 2010 e outra no período de 03 de maio de 2010 a 03 de setembro de 2010, sendo que atualmente não possui nenhum empregado vinculado à empresa.
 
Em 2014, a empresa recebeu a quantia de R$ 7.3923.452,74, referente a créditos identificados em seu extrato. Também é ressaltado que todos esses valores vieram da EIF Mercados (antiga FDL Serviços), o que demonstraria que a Santos Treinamentos não teria outro cliente além da já citada.
 
A maioria dos valores, segundo as investigações, foi repassada da empresa para os próprios sócios. Os débitos e créditos foram praticamente equivalentes e todo o valor recebido não ficou nas contas da Santos Treinamento. Por fim, não foram apresentadas despesas com alugueis, energia elétrica, água, telefone, salários de funcionários, entre outros.
 
“Todas estas circunstâncias são típicas das chamadas empresas fantasmas, que são utilizadas, exclusivamente para a prática de crimes, de forma a ocultar os verdadeiros criminosos. Assim sendo, resta comprovado que a Santos Treinamento é uma pessoa jurídica de fachada, criada exclusivamente para o branqueamento dos gigantescos valores ilícitos, repassados pela FDL Serviços aos integrantes da organização criminosa”, diz trecho do documento.

Bereré

Durante a operação, mandados foram cumpridos na Assembleia Legislativa de Mato Grosso e na casa de Savi e Eduardo Botelho (PSB). O ex-deputado federal Pedro Henry é alvo também. O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Eduardo Botelho (PSB), é outro investigado.
 
A ação é um desdobramento da colaboração premiada do ex-presidente do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso (Detran-MT), Teodoro Lopes, o “Doia". Dentre as informações prestadas por Doia, consta suposto  esquema de cobrança de propina com uma empresa que prestava serviços de gravame – um registro do Detran.

Olhar Direto.

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