O senador Welligton Fagundes (PR) não recua um milímetro de sua pré-candidatura ao governo de Mato Grosso e trabalha intensamente nos bastidores para ampliar a aliança de partidos que sustentariam seu projeto eleitoral. De acordo com o congressista, o PSD, presidido pelo ex-vice-governador Carlos Fávaro já está muito próximo de marchar junto com a oposição na disputa deste ano.
Caso confirmado o apoio do PSD, poderia subir para seis o número de agremiações em torno de Wellington neste momento. Ele já conta com o apoio expresso do PR, MDB, PP e PTB. O caso do PSB é mais complicado, uma vez que a sigla está rachada e há uma disputa pelo comando partidário. Uma das alas defende a agremiação na oposição.
“Uma candidatura não pode ser imposta, ela tem que ser conquistada. A minha candidatura nasceu dentro de vários partidos: MDB. PR, PTB, PP e PSB, que agora está com essa questão do imbróglio jurídico. E agora somando já com uma sinalização muito forte com o PSD. Tivemos reunião essa semana e já estamos com grande possibilidade de ampliação”, comemorou, em entrevista concedida ao Olhar Direto.
“Tem ainda outros partidos que a gente está conversando. Então dentro dessa aliança inicial, nunca teve discussão de outro nome a não ser lá inicialmente a questão do Antonio Joaquim. Eu tanto respeitei o Antonio Joaquim, esperando o momento certo, como ele também a mim. Nós tínhamos, inclusive, definido que a gente ia trabalhar junto e assim a candidatura está consolidada”, afirmou o republicano, afastando qualquer hipótese de recuo.
O senador revela que tem feito monitoramento de seu desempenho por meio de pesquisas internas junto ao eleitorado e acredita que esse é o momento certo para disputar o Paiaguás. “Estou preparado, estou com vontade. Sei que temos espaço para fazer uma boa discussão no processo eleitoral. Sei que com a minha experiência eu poderei contribuir com o Estado, então não estou indo em um vôo de aventura. Estou indo no momento que eu entendo que é muito propício para a gente poder ajudar o Estado”, sustenta.
Fagundes destaca que até o começo de agosto, quando termina o prazo para convenções, seu trabalho será para consolidar alianças. A “arma” para viabilizar seu nome, acredita, será seu trabalho prestado na vida pública. “Sou um parlamentar que sempre atuei na bandeira municipalista. A minha presença em todos os municípios de Mato Grosso. A trajetória eleitoral de seis mandatos, com duas [eleição como] mais votado no Estado. Até hoje eu fui o [deputado] mais votado do Estado”, relembra. Sobre seu desempenho eleitoral, passado, gosta de afirmar que foi o primeiro senador eleito no palanque adversário ao do grupo político que venceu a eleição para o Governo de Mato Grosso.
Fator Fávaro
Carlos Fávaro renunciou ao cargo de vice-governador para dedicar-se exclusivamente à sua pré-candidatura ao Senado Federal. Poucos dias antes de deixar o posto, anunciou que seu partido não faria mais parte da base do governo Pedro Taques e entregou os cargos. Foram mantidos no staff somente as indicações pessoais de parlamentares do PSD, mas não as do partido. Esse foi o start para começar a articular com grupos de oposição e ex-aliados de Taques.
Antes de entregar a carta de renúncia na Assembleia Lagislativa, Fávaro até chegou a ensaiar nos bastidores junto com deputados estaduais a aprovação de uma lei que obrigasse o governador a comunicar com antecedência de 48h qualquer viagem que culminasse na posse do vice. Isso porque caso Fávaro assumisse o governo nos próximos meses, iria se tornar inelegível ao Senado.
Fávaro alegou oficialmente que renunciou ao cargo porque não achava coerente continuar recebendo salário de vice-governador, mantendo equipe no governo, enquanto trabalha por seu projeto eleitoral.