Fala meu Povo MT

Denúncia do MPE esvazia sessão; Wilson Santos diz que irá exigir retratação de promotores

Foto: Rogério Florentino Pereira / Olhar Direto

A denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) que recaiu sobre sete deputados estaduais esvaziou a sessão ordinária da Assembleia Legislativa, na noite de quarta-feira (16), não sendo possível, novamente por falta de quórum, apreciar as contas do governador Pedro Taques (PSDB) referentes ao ano de 2016, assim como o projeto de lei de criação o Fundo Estadual de Equilíbrio Fiscal (FEEF), que deve arrecadar R$ 183 milhões para a saúde. Wilson Santos (PSDB), um dos poucos presentes, criticou o Ministério Público e afirma que exigirá retratação.  

No final desta tarde, o MPE divulgou lista com mais de 50 pessoas, dentre elas sete deputados estaduais da atual legislatura que foram denunciadas pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e fraude em licitação, referentes às Operações Bereré e Bônus, deflagradas pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (GAECO) nos meses de fevereiro e maio.

Ao todo, compareceram na sessão 16 parlamentares, porém antes de acabar o pequeno expediente, só restaram cinco ou seis deles no plenário. O presidente Eduardo Botelho (DEM), um dos denunciados, chegou a comparecer, mas se ausentou. Fontes revelaram que ele teria ido a uma reunião no Palácio Paiaguas, apesar de ele ter criticado publicamente durante a semana e solicitado para que outros parlamentares não marcassem compromissos no horário de sessões.

Já o líder interino do Executivo, Wilson Santos (PSDB), outro denunciado pelo MPE esteve no plenário e foi o único a usar seu tempo na tribuna para se defender e teceu duras críticas contra o Ministério Público, afirmando que irá pedir reparação a instituição por danos morais.

“Para minha surpresa, vi agora em sites uma centena de nomes e o meu nome junto. Fico curioso e tento entender como é que o MP faz uma denúncia contra mim se [de] todos os delatores desta operação, nenhum citou o meu nome. Não tenho nada a ver com esta história. Nunca recebi cheque de nenhum dos indiciados. Não era deputado na gestão Silval Barbosa quando estas operações aconteciam no Detran. Sou acusado de ter recebido cheques do deputado Eduardo Botelho, eu nunca recebi nem como pessoa física e nem como empresário”, explicou o deputado bastante irritado.

“Este tipo de operação de jogar todos na vala comum não engrandece o Ministério Público Estadual, não faz o MP merecedor do respeito que tem. Isso só machuca, nos ofende, nos desgasta perante a opinião pública. Vou mais à frente exigir a retratação deles e a indenização por danos morais que estou sofrendo”, disse.

Os deputados denunciados pelo MPE foram o presidente do Parlamento Estadual, José Eduardo Botelho, e os deputados Mauro Luiz Savi, José Domingos Fraga Filho, Wilson Pereira dos Santos, José Joaquim de Souza Filho (Baiano Filho), Ondanir Bortolini (Nininho) e Romoaldo Aloisio Boraczynski Júnior.

Também figuram como réus o ex-governador Silval da Cunha Barbosa; o ex-deputado federal Pedro Henry; o ex-chefe da Casa Civil, Paulo Taques; o ex-presidente do Detran, Teodoro Moreira Lopes; o ex-chefe de gabinete do Poder Executivo, Sílvio Cézar Correia de Araújo. 

O esquema, segundo a denúncia, girou em torno da contratação da empresa responsável pela execução das atividades de registros junto ao Detran dos contratos de financiamentos de veículos com cláusula de alienação fiduciária, de arrendamento mercantil e de compra e venda com reserva de domínio ou de penhor. Na ocasião, para obter êxito na contratação, a empresa se comprometeu a repassar parte dos valores recebidos com os contratos para pagamento de campanhas eleitorais.
 
De início, o ex-governador e o deputado Mauro Savi teriam recebido, cada um deles, R$ 750 mil. Com a continuidade das fraudes, mais propinas foram repassadas e outras beneficiadas. Estima-se, que foram pagos cerca de R$ 30 milhões em propinas.

 

Fonte: Olhar Direto

Sair da versão mobile