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Kobori foi contratado para cessar propina e inserir ex-secretário em esquema, diz Gaeco

Foto: Reprodução


“O interrogando (José Kobori) já prestou os esclarecimentos a respeito desses fatos, reforçando que jamais houve qualquer pagamento de vantagens indevidas a pedido de Pedro Zamar Taques ou Paulo Taques”, consta do depoimento ao Gaeco obtido por MídiaNews.

O depoimento de José Ferreira Gonçalves Neto, sócio da EIG Mercados Ltda., que já confessou a existência do esquema de fraudes no Detran-MT, apontando supostos membros, foi apresentado à Kobori. Este contrariou a testemunha ao afirmar que não há esquema de propinas no governo Pedro Taques (PSDB).
 
“Que confirma também ter comentado com José Neto sobre essa amizade que mantinha com Pedro Zamar e Paulo Taques e que por isso comentou com Neto que não haveria mais cobrança de propina por parte do Estado de Mato Grosso, já que conhece a índole da família e tinha certeza dessa afirmação”.
 
Para dar convicção ao dito em relação à Mato Grosso, chegou a por em dúvida o contrato que a FDL/EIG Mercados mantém com Detran de outros Estados.   
“Que ressalta que não teria essa mesma certeza em relação aos outros contratos da FDL/EIG com outros Detran’s, do Estado de Maranhão, Alagoas e Piauí; Que acredita que os contratos dos Detran’s desses Estados não tinham sido renovados, pelo simples fato de ter implementado compliance e não ter recebido os representantes desses Estados”, finalizou.

Operação Bônus
 
O ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques e o deputado estadual, Mauro Savi (DEM), foram presos em uma ação conjunta do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) e do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco), na segunda fase da 'Operação Bereré', deflagrada na manhã desta quarta-feira (09). Além deles, outras quatro pessoas também tiveram mandados de prisão.
 
A segunda fase da 'Operação Bereré' foi batizada de 'Bônus'. Foram expedidos, pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso, seis mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão em Cuiabá, São Paulo (SP) e Brasília (DF). As ordens partiram do desembargador José Zuquim Nogueira.
 
A 'Operação Bônus' é resultado da análise dos documentos apreendidos na primeira fase da Bereré, dos depoimentos prestados no inquérito policial e colaborações premiadas. Tem como objetivo desmantelar organização criminosa instalada dentro do Detran para desvio de recursos públicos.
 
Bereré
 
A ‘Bereré’ é desdobramento da colaboração premiada do ex-presidente do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso (Detran-MT), Teodoro Lopes, o “Doia". Dentre as informações prestadas por Doia, consta suposto esquema de cobrança de propina com uma empresa que prestava serviços de gravame – um registro do Detran.
 
Na primeira fase, os mandados foram cumpridos na Assembleia Legislativa de Mato Grosso e na casa de Savi e Eduardo Botelho (DEM). O ex-deputado federal Pedro Henry é alvo também. O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Eduardo Botelho (DEM), é outro investigado.
 
O governador Pedro Taques (PSDB) decretou a intervenção do Estado no contrato que o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) havia firmado com a EIG Mercados para registro dos contratos de financiamento de veículos com cláusula de alienação fiduciária, de arrendamento mercantil, de compra e venda com reserva de domínio ou de penhor no Estado. A empresa foi alvo da ‘Operação Bereré’ e é apontada como pivô do esquema que teria desviado R$ 27,7 milhões.
 
Confira abaixo os alvos da ‘Operação Bônus’:
 
Mauro Savi (deputado estadual)
Paulo César Zamar Taques (ex-chefe da Casa Civil)
Roque Anildo Reinheimer
Claudemir Pereira dos Santos, vulgo “Grilo”
Valter José Kobori (empresário)
Pedro Jorge Zamar Taques (advogado)

 

Fonte: Olhar Direto

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