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Polícia prende 16 membros de facção; 4 empresas são interditadas

A Polícia Civil cumpriu, na tarde desta segunda-feira (1º), 16 mandados de prisão preventiva contra membros da facção criminosa investigada na Operação Red Money.

Também foram cumpridas ordens de sequestros de valores encontrados em 10 contas bancárias, sequestro de 19 imóveis e a interdição e suspensão das atividades de quatro empresas.

Todas as ordens judiciais foram expedidas pelo juiz Marcos Faleiros, da Sétima Vara Criminal da Capital, em desdobramento do inquérito policial da Operação Red Money, realizada em  8 de agosto de 2018, pela Polícia Civil, por meio de trabalhos investigativos da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e da Diretoria de Inteligência (DI).

A investigação da operação  apura grande esquema de lavagem de dinheiro e movimentação financeira por parte da facção Comando Vermelho, com a utilização de empresas de fachadas, contas bancárias de terceiros, parentes de presos, entre outros.

A investigação, que deu origem a primeira fase da operação, foi desenvolvida ao longo de 15 meses e resultou, na ocasião, no cumprimento de 94 mandados de prisão, buscas e apreensão, bloqueio de 80 contas correntes, além do sequestro de bens (veículos, joias, imóveis) e valores, totalizando 233 ordens judiciais cumpridas naquela etapa.

O delegado Luiz Henrique de Oliveira, Coordenador de Inteligência, informou que após os interrogatórios realizados, análise dos documentos e objetos apreendidos na primeira etapa da operação, foi possível identificar vários suspeitos que determinavam e orientavam as movimentações financeiras realizadas. "Na maior parte dos casos eles se utilizavam de parentes e conviventes para a realização dos crimes”, afirmou o delegado.

Dos 16 mandados de prisão expedidos, 14 foram cumpridos dentro de presídios do Estado, em razão dos os alvos já serem condenados da Justiça. Foram 11 mandados em Cuiabá, dois em Tangará da Serra e um em Água Boa.

Entre os presos está Ulisses Batista da Silva, que assumiu papel de destaque no esquema financeiro. Ele é uma das principais lideranças da facção. Sua  esposa recebeu em contas bancárias cerca de R$ 1,5 milhão, no período investigado de aproximadamente 1 ano e 6 meses.

A esposa do preso Leicemir Baconepa de Lara seria uma espécie de “secretária” da facção. Ela movimentou aproximadamente R$ 2 milhões, no período investigado.

De acordo com o delegado titular da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), Diogo Santana de Souza, a responsabilização e a definição do papel de cada investigado é muito importante e deverá resultar no indiciamento de 115 pessoas na finalização do inquérito, a ser encaminhado à Justiça no dia 11 de outubro.

"A Polícia Civil visa descapitalizar os criminosos. Só assim será possível enfraquecer a facção criminosa, e, para isso estamos empreendendo todos os esforços visando a identificação do patrimônio e contas bancárias utilizadas para movimentação do dinheiro ilícito”, declarou.

Polícia Civil de MT

 

Bloqueios de contas

Assim como ocorreu na primeira fase, quando a Polícia Civil conseguiu autorização da Justiça para o bloqueio de 80 contas bancárias, desdobramentos das investigações da operação identificaram mais 10 contas bancárias usadas para movimentar o dinheiro ilícito adquirido com a prática de crimes diversos, pagamentos de mensalidades de faccionados, de traficantes e cobrança de taxas de segurança em comércios.

 

Polícia Civil de MT

Uma das empresas que foi interditada por determinação da Justiça

Nas 10 contas foram realizados o sequestro imediato de R$ 116 mil, que somados aos R$ 529 mil sequestrados na  primeira etapa e ainda a outros R$ 80 mil apreendidos na posse dos criminosos durante as buscas realizadas do dia 8 de agosto, contabiliza-se R$ R$ 725 mil em dinheiro bloqueado, que ficará em uma conta judicial, para, posteriormente, ser revertido ao Estado, assim como outros bens e imóveis apreendidos.

Empresas interditadas

Além de uma empresa identificada na primeira fase da operação, foram identificadas pelo menos outras quatro com atividades suspeitas e fortes indícios de terem sido abertas para lavagem de dinheiro. Todas tiveram suas atividades suspensas. 

Ao longo das diligências, para identificação patrimonial, foram arrolados 19 imóveis como pertencentes a pessoas vinculadas à organização criminosa, os quais estão situados nas cidades de Cuiabá, Várzea Grande, Sorriso, Rondonópolis e Chapada dos Guimarães, com avaliação estimada na ordem de R$ 2,5 milhões.

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