Favorável ao aumento de 16% nos salários dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e para o cargo de procurador-geral da República, o senador mato-grossense José Medeiros (Pode) usou a justificativa para seu voto de que o reajuste foi uma boa troca para o fim do benefício de auxílio-moradia, atualmente pago aos membros do Poder Judiciário e que terá a legalidade julgada pelo próprio STF.
Usando sua conta no Twitter, Medeiros disse que o aumento do salário aos ministros do STF iria seria concedido mais cedo ou mais tarde e que sua aprovação substituindo o auxílio-moradia foi uma boa troca.
“Achei uma boa troca. Acabou o auxílio moradia. Veja que o aumento, mais dia, menos dia haveria que ser concedido e seria cumulativo com o auxílio”, disse o senador que foi eleito deputado federal no último dia 7 de outubro.
O voto de Medeiros vai contra a opinião do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), a quem apoiou publicamente, chegando inclusive a trabalhar como um dos coordenadores de sua campanha no segundo turno, ao lado do também senador Magno Malta (PR-ES).
Em Brasília nesta terça-feira (7), Bolsonaro se posicionou contra o aumento e afirmou que este não era o momento de se ampliar despesas. Ele também disse que vê o aumento de gastos com preocupação.
Assim, como Medeiros, os senadores mato-grossenses, Wellington Fagundes (PR) e Cidinho Santos (PR) também votaram favorável ao projeto. Em sua justificativa de voto, Cidinho disse que os Poderes tem orçamento próprio e não recebem aumento a quatro anos.
“Quero anunciar meu voto favorável ao projeto de lei e não tenho nenhuma preocupação quanto a isso. Acho que temos no país muitas vezes hipocrisia, tendo se nivelar as pessoas por baixo e os nossos poderes tem orçamento próprio para estar fazendo esta remuneração, este aumento de salário. Tem mais de quatro anos que estes poderes não recebem aumento, portanto eu acho que temos que ter consciência e não ficar jogando para platéia e ter responsabilidade com nossos atos”, afirmou.
O Senado aprovou em sessão de ontem por 41 votos a 16, o projeto que aumenta o subsídio dos magistrados de R$ 33,7 mil para R$ 39,2 mil. O aumento só passará a entrar em vigor após a sanção do presidente da República Michel Temer (MDB).
O relator da proposta em plenário, senador Fernando Bezerrra Coelho (MDB-PE) afirmou que existe um acordo com o Supremo Tribunal Federal de extinguir com o auxílio-moradia pago ao Poder Judiciário.
Fonte: Olhar Dieto