O deputado federal eleito e ex-ministro da Agricultura, Pecuparia e Abastecimento Neri Geller (PP) foi alvo de um mandado de prisão nas primeiras horas da manhã desta sexta-feira (9). A prisão foi confirmada pela Polícia Federal na cidade de Rondonópolis (218 km de Cuiabá).
Além dele, de Mato Grosso, o ex-secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) Rodrigo Figueiredo, é um dos alvos da 'operação Capitu' e teve mandado de prisão cumprido na data de hoje. Rodrigo, durante a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ocupou o cargo de ministro interino de Cidades e, posteriormente, foi nomeado como secretário executivo de Cidades.
Figueiredo deixou o escritório de Assuntos Estratégicos da Prefeitura de Cuiabá em Brasília em 2013 para assumir o cargo de secretário perante o Mapa.
Agentes da Polícia Federal cumprem neste momento 19 mandados de prisão e 63 de busca e apreensão em seis estados. A operação batizada de 'Capitu' investiga suposto esquema de corrupção no ministério da Agricultura durante o governo da ex-presidente Dilma Roussef (PT).
Além de Geller, que foi ministro da Agricultura de março a dezembro de 2014, durante o governo Dilma, também foram detidos o vice-governador de Minas Gerais, Antônio Andrade (MDB) e o executivo da JBS, Joesley Batista.
Os mandados foram expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Eles estão sendo cumpridos no Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraíba e Mato Grosso.
Batizada de Capitu, a operação é mais um desdobramento da Lava Jato. Ela foi baseada na delação do doleiro Lúcio Funaro.
Segundo a PF, os detidos estão envolvidos em um esquema de arrecadação de propina dentro do Ministério da Agricultura para beneficiar políticos do MDB, que recebiam dinheiro da JBS, que pertencem aos irmãos Joesley e Wesley Batista, em troca de medidas para beneficiar as empresas do grupo.
Ainda de acordo com as investigações, empresas doavam dinheiro para políticos e partidos. Duas grandes redes varejistas de Minas Gerais atuavam no esquema, por meio de seus controladores e diretores.
Neri Geller foi o quarto candidato a deputado federal mais votado em Mato Grosso na eleição do último dia 7 de outubro, com 73.072 votos.
Até o momento, a assessoria de imprensa do ex-ministro e do Partido Progressista não se manifestaram sobre o caso.
Fonte: Olhar Direto