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​Sobrevivente de atropelamento em frente à Valley é atacada nas redes sociais

A estudante de direito, Hya Girotto, única sobrevivente do atropelamento que aconteceu em frente à boate Valley no último dia 23 de dezembro, tem sofrido ataques nas redes sociais. Internautas têm criticado a postura da jovem no momento do acidente e em resposta o irmão da estudante, Leandro Girotto, fez uma postagem em seu perfil no Instagram dizendo, entre outras coisas, que “comentários ofensivos podem gerar responsabilidade civil”.

Hya recebeu alta médica do Hospital Geral, onde estava internada, na noite da última segunda-feira (14). Ela já foi informada da morte dos amigos Myllena de Lacerda Inocencio e Ramon Alcides Viveiros e ainda se recupera. No entanto, a jovem vem sofrendo ataques nas redes sociais, por pessoas que reprovam sua postura no momento do acidente.

O irmão de Hya, Leandro Girotto, fez algumas postagens em seu perfil do Instagram expondo o tipo de mensagens que algumas pessoas têm feito sobre a estudante. A principal crítica seria de que os três jovens estariam embriagados no meio da avenida quando a professora Rafaela Screnci da Costa Ribeiro os atropelou.

"Só para deixar bem claro! As pessoas tem livre direito de expressão nas mídias sociais, contudo há limites. Ninguém precisa elogiar pessoas, mas não lhes pode ofender a honra. Faço esta postagem porque tenho visto nas redes sociais comentários cruéis sobre a Hya”, disse Leandro.

Ele então postou prints de comentários de algumas pessoas nas redes sociais chamando Hya de “bailarina”, porque estaria dançando na rua quando foi atropelada com os amigos, dando a entender que ela teria culpa pelo acidente. A jovem é chamada de irresponsável e um comentarista ainda diz que ela terá que “conviver com a dor de ter matado os amigos e isso ainda é pouco”.
 
O titular da Delegacia Especializada em Delitos de Trânsito (Deletran), delegado Christian Cabral, disse em entrevista ao Olhar Direto que tudo poderia ter sido evitado pela motorista, como vários outros veículos que passaram pelo local, nos instantes que antecederam o acidente.
 
Christian também lembrou que as imagens mostram um VW Gol, que fez o necessário e parou na via para aguardar a travessia dos pedestres, mesmo eles estando em local inapropriado: “A condutora, por estar com a capacidade psicomotora alterada e pela velocidade, não conseguiu prever e nem evitar o acidente, tanto que foi parar mais de 50 metros após o sitio de colisão”.
 
Ao final Leandro criticou as atitudes e ainda disse que “é muito fácil tecer comentários quando não somos partes envolvidas. Lembro que a Hya além de vítima de um acidente sofre com a dor da perda de sua melhor amiga, e pelo visto as pessoas não se colocam no lugar das outras, não tentam imaginar a dor que as partes envolvidas estão sentindo. Só deixo um recado para este tipo de gente cruel: Não se deixe enganar, há sim limites na internet. O direito a honra prevalece em qualquer espaço. Comentários ofensivos podem gerar responsabilidade civil. Fica a dica”.
 
Atropelamento de jovens
 
Rafaela Screnci da Costa Ribeiro, 33 anos, atropelou três pessoas às 5h50 da manhã do dia 23 de dezembro, na avenida Isaac Póvoas, a poucos metros da faixa de pedestre, em frente à Valley Pub. Ela passou por audiência de custódia, pagou R$ 9,5 mil de fiança e foi liberada.
 
Professora substituta da Universidade Federal de Mato Grosso, Rafaela dirigia uma caminhonete Renault Oroch. O atropelamento aconteceu no momento em que o público deixava a casa noturna. De acordo com testemunhas do acidente, o veículo estava em alta velocidade quando colidiu com o trio. Além de bater nas três vítimas, o carro conduzido por Rafaela ainda se chocou com um Gol.
 
O carro só foi parar após o semáforo. Imagens registradas por testemunhas e pela Polícia Civil revelam o estado em que ficou o carro após a colisão. A estudante Myllena de Lacerda Inocencio, de 22 anos morreu no local, Ramon Alcides Viveiros foi resgatado com vida, mas não resistiu e faleceu cinco dias depois.

 

Fonte: Olhar Direto

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