Para além do pacote anti-crimes, reforma da Previdência ou demissões de ministro, uma notícia parece ter chocado o público brasileiro nesta terça-feira (19). De acordo com a maior parte dos sites de fofocas nacionais, a atriz Marina Ruy Barbosa teria sido o “pivô” da separação do casal de também atores José Loreto e Débora Nascimento.
Mas aqui está um fato: José Loreto é o único pivô da separação de José Loreto e Débora Nascimento.
Independentemente do que dizem os boatos, o questionamento que permanece é: até quando as mulheres serão vistas como seres irresistíveis, sedutores, ardilosos e diabólicos quando estamos falando de fim de relacionamentos?
Não foram poucas as manchetes que colocaram a ruiva no “olho do furacão”.
O programa Fofocalizando, do SBT, por exemplo, dedicou todo o seu conteúdo vespertino para falar da “crise”.
De acordo com o jornalista Leo Dias, Marina e José teriam um envolvimento que iria além da relação profissional na TV Globo, já que os dois são colegas de elenco atualmente.
“Ela veio no Instagram dizer que era apontada por Instagrams de fofoca. Marina, nós sabemos que não foram os Instagrams de fofoca que te apontaram como pivô. Eu me baseei em fontes”, afirmou Dias.
José Loreto negou a traição em nota enviada por sua assessoria.
“José Loreto nega traição e pede compreensão e respeito à privacidade de sua família neste momento”, disse.
Débora Nascimento confirmou o fim do relacionamento: “Débora Nascimento e José Loreto não estão mais juntos. A atriz conta com a compreensão de todos os fãs e amigos da imprensa neste momento”.
Marina também se manifestou após a polêmica.
“Atualmente eu e o José Loreto estamos fazendo um par romântico na novela e por isso podem fazer especulações. Nós nos tornamos muito amigos; [alguém] por quem tenho muito carinho, o que me deixa ainda mais triste em relação a isso tudo”, declarou.
Acontece que estamos em 2019 e esse tipo de cobertura de celebridades insiste em reforçar a mesma narrativa machista e patriarcal.
Um homem tem um casamento padrão, admirado por todos e todas, mas acaba por conhecer uma mulher que faz que ele coloque “tudo a perder” porque é corrompido, iludido, seduzido. A sua ex é apontada como louca e ciumenta. A outra mulher é a pivô e destruidora de lares.
Não importa como, a culpa sempre será da mulher, já que “homem é assim mesmo”.
E é assim mesmo que continuamos no eterno ciclo de preservar os homens e responsabilizar as mulheres pelo que dá errado. O homem isento de qualquer responsabilidade por seus atos, suas decisões numa relação. Numa posição quase de vulnerabilidade perante as mulheres, de infantilidade até.
Foi assim com o Ben Affleck há 4 anos, e vemos a história se repetir com o José. Poderá acontecer amanhã com João, Carlos ou Manoel.
Nós nunca vamos saber o que realmente aconteceu na vida privada das celebridades, por maior que seja a exposição delas nas redes sociais.