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Em ato pró-governo, manifestantes exaltam Moro e chamam STF de ‘maior tirano da história’

Foto: Thaís Fávaro / Olhar Direto

Fonte: Olhar Direto

Um ato em defesa do juiz Sério Moro e do presidente Jair Bolsonaro acontece na tarde deste domingo (30) em Cuiabá, na Praça Ulysses Guimarães, e reúne desde pessoas com caixas térmicas com cervejas e cadeiras de praia até a presença de políticos, como Silvio Fávero, deputado estadual pelo PSL.

“Quando vê esse monte de verde, amarelo, branco, tudo misturado, é sinal que o Brasil tem jeito ainda. A gente acredita num Brasil sem corrupção. Num Brasil que tem um ministro da justiça íntegro, e tentam denegrir sua imagem. Nós temos um presidente da Repúbica que em apenas seis meses está fazendo uma reforma nesse Brasil que jamais foi vista, e querem culpar que tudo que está errado é ele. Que quem estava no poder vinte anos atrás não era nosso presidente Jair Bolsonaro, mas sim era a esquerda. Então mais em breve o Brasil vai mostrar o que é a direita e o que é o patriotismo e o bem da família e da anticorrupção”, disse o deputado, em cima de um trio elétrico.

Os populares presentes também cantaram o hino nacional e levantaram cartazes contra o Supremo Tribunal Federal (STF). Comerciantes aproveitam para vender camisetas da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que se tornou símbolo dos apoiadores do governo.

Major Cícero, um dos organizadores, e líder do ‘Movimento Ordem e Progresso – Deus, Pátria e Família’, afirmou que a imagem de Sérgio Moro melhorou após os “supostos vazamentos”. “Primeiro que ele nega, e ainda que se fosse dele, o conteúdo não demonstra nenhuma atitude ilegal. O que tem de ilegal ali, criminoso, foi a invação da privacidade dessas autoridades. E no nosso entender, já deveria estaer preso”, disse.

Segundo o major, são esperadas de cinco a dez mil pessoas no ato deste domingo (30), mas que elas chegam, ficam um pouco e vão embora. A opção pela manifestação estática, de acordo com ele, foi em respeito aos pedidos dos que não tem carro e não conseguem caminhar.

Major Cícero (centro) (Foto: Thaís Fávaro)

“Quem está aqui é porque tem esse sentimento e quer um Brasil melhor. Luta por seus filhos. Ninguém recebeu nada. Quem veio pagou seu ônibus, sua gasolina, tem gente que está desde de manhã e trouxe comida de casa. É diferente de outros movimentos por aí que o cara ganha o pão, mortadela, dez reais, vinte reais para participar. Aqui é 100% voluntário”, disse.

Paulo Gomes, representante do grupo ‘Gigantes do Brasil’, fez uma fala criticando de forma veemente o Supremo Tribunal Federal, principalmente pela criminalização da homofobia e a descriminalização do aborto em caso de fetos anencéfalos. “O judiciário, por meio do STF, por meio desse maldito ativismo judicial está legislando, e isso é gravíssimo. O Brasil não elegeu aqueles onze do STF. Eles não têm um único voto da população brasileira”, disse. “O STF resolveu legislar sobre direito penal. Só o congresso pode legislar sobre direito penal. Está na constituição isso. Nunca se viu uma agressão tão grande em toda a história do mundo ocidental, como essa do STF, nem no tempo dos reis absolutistas aconteceu tamanha agressão, tamanha ditadura como essa do STF. Por favor, conscientizem-se do tamanho dessa gravidade”.

“Não se pode mexer com direito penal nem para descriminalizar uma conduta, coisa que o STF fez com o aborto, no caso dos anencéfalos (…). O direito penal não pode ser mexido seja para descriminalizar, seja para criminalizar, não pode e não há exceção. O STF criminalizou a assim chamada homofobia. Eu não vou tecer nenhum comentário sobre a tal homofobia, porque poderia ser qualquer outra coisa. O STF não pode criminalizar coisa alguma. Então, por favor, não existe algo tão grave contra o Estado Democrático de Direito, a soberania do povo brasileiro, do que ser jogado no lixo o principio da independência dos poderes. (…) Temos o maior tirano da história do Brasil que é o STF. Fora STF!”, completou.

Os participantes rezaram um ‘Pai Nosso’ pelo garoto Rhuan, que foi assassinado e esquartejado pela mãe, e fizeram um minuto de silêncio contra a ideologia de gênero. A Polícia Militar afirmou que não poderia dar uma estimativa da quantidade de pessoas presentes. 

O ato foi organizado após a publicação de diálogos pelo Telegram entre o ministro da Justiça Sérgio Moro e membros da força-tarefa da Lava Jato. As conversas foram divulgadas pelo 'Intercept' e, segundo críticos, colocam em cheque a imparcialidade do juiz. Em todo o Brasil, já aconteceram atos em pelo menos 24 cidades de oito estados e do Distrito Federal. 

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