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Após 60 dias, Governo não consegue encerrar greve e mais de 65% das escolas seguem sem aulas

Foto: Rogério Florentino/Olhar Direto

Fonte: Olhar Direto

A greve dos profissionais da Educação iniciada no dia 27 de maio, ao que tudo indica, não tem previsão para terminar. Já são mais de 60 dias com 65% das escolas de Mato Grosso paralisadas. Em Cuiabá, 85% aderiram ao movimento, conforme levantamento do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT)

A preocupação de pais e alunos é quanto ao ano letivo que deverá ficar prejudicado, pois em paralisações anteriores, ele só foi concluído em fevereiro do ano seguinte. A Secretaria Estadual de Educação (Seduc), entretanto, aponta que 40,65% das escolas estão em greve, conforme levantamento realizado nesta terça-feira (30).


O governador Mauro Mendes (DEM) afirmou nesta terça-feira (30) que não dará o ‘braço a torcer’, pelo menos até o ano que vem. Segundo ele, sua equipe estuda o impacto que a aprovação do projeto de incentivos fiscais trará em 2020 e garantiu que só atenderá as demandas da categoria somente quando o Estado não mais estourar a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

“A conversa sempre foi a mesma e continua do mesmo jeito. O Estado tem uma lei para cumprir, que eu falo desde o início do mandato. Foi aprovado o projeto dos incentivos, estamos estudando o impacto que terá em 2020 e teremos uma possibilidade de antever o impacto disto na arrecadação e, consequentemente, poderemos atingir os 49%”, disse Mauro Mendes.

Questionado sobre o posicionamento do governador, o presidente do Sintep, Valdeir Pereira afirmou desconhecer e preferiu não comentar. Também acrescentou que não houve apresentação de proposta por parte do Governo. Contudo, as mobilizações continuam no Centro Político Administrativo.
 
Sintep reafirma ilegalidades
 
O Sindicato alega que o governo Mauro Mendes utiliza truculência para efetuar o corte de salário dos profissionais da Educação, que fazem o enfrentamento pelo cumprimento da lei, e se recusam a voltar para as escolas sem que seja garantido o direito à valorização profissional. Em nova circular enviada pela Secretaria de Estado de Educação para escolas, na última semana, o governo orienta o registro de faltas durante a greve. 

“A atitude demonstra para os educadores o desinteresse em negociar com a categoria”, afirma o presidente do Sintep, Valdeir Pereira.   “É recorrente na história da luta sindical, sempre houve aqueles que não participam do movimento, mas se beneficiam com ele. Até porque, não se conhece caso de ninguém assinando a recusa dos ganhos”, expressa o presidente. 
 
“O que reafirmamos é que a greve é legítima e o que acaba com ela é proposta”, destaca Valdeir Pereira. Segundo o presidente, diferente da tentativa do governo em descredenciar a luta dos trabalhadores e das trabalhadoras da educação, a legitimidade do movimento paredista se sustenta, principalmente, pela decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), pois se há ilegalidade ela é do governo em descumprir leis constitucionais. 

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