Fonte: Olhar Direto
O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), afirmou que é preciso ‘cuidado’ na condução dos trabalhos da CPI da Energisa, aberta na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, para que a comissão não termine em ‘politicagem’.
Mendes ainda ressaltou que a regulação sobre o serviço de concessão de energia elétrica não é uma atribuição de órgãos da esfera estadual, mas admitiu que o preço da tarifa está alto.
“Está caro. Quem regula isso é a Agencia Nacional da Energia Elétrica, não é um problema que está sobre a tutela do Estado. Nós vamos acompanhar isso, mas com cuidado para não fazer politicagem”, declarou Mendes.
Proposta pelo deputado estadual Elizeu Nascimento, a CPI da Energisa ainda não começou os trabalhos, mas o assunto foi tema de audiência pública realizada na última terça-feira (15), na Assembleia Legislativa. Na ocasião, o presidente da empresa de distribuidora de Energia S.A, Riberto Jose Barbanera, garantiu que Mato Grosso tem uma das tarifas mais baratas do país, em comparação com os outros estados.
De acordo com o diretor da empresa, Mato Grosso ocupa atualmente tem uma tarifa de energia mais barata do que 22 estados em todo o Brasil, segundo ranking que ele apresentou durante a audiência, que foi solicitada pelo presidente da casa de leis, Eduardo Botelho (DEM).
“Precisamos acabar com a ideia de que Mato Grosso tem a tarifa elétrica mais cara do Brasil. Nós ocupamos hoje a 23ª posição no ranking das tarifas. Existem 22 concessionárias no país com o custo de tarifa maior do que Mato Grosso. Isso é um dado público e está lá para ser visto”, disse presidente da concessionária, que foi bastante vaiado durante seu tempo de fala.
Autor do pedido de abertura de CPI, Elizeu Nascimento aponta grande número de pessoas que estão reclamando dos serviços prestados pela empresa, retratado em levantamentos realizados pelo Procon estadual, onde a concessionária sempre lidera o ranking de reclamações, bem como a existência de uma petição pública de abaixo-assinado nas redes sociais encabeçada pelo jovem Lucas Barroso, já com mais de 9 mil assinaturas, solicitando a instalação da comissão para investigação da Energisa.
O presidente da AL ainda cobrou respeito da empresa com os trabalhos da Casa. De acordo com Botelho, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que regula o setor no país, irá participar da CPI e receberá os relatórios produzidos pelos deputados. “Tem que respeitar o povo de Mato Grosso. Tem sim importância, a CPI vai levar ao conhecimento da Aneel. A Aneel já disse que vai estar aqui junto conosco, então ele já está começando errado ao falar que não tem importância, tem sim senhor, ele tem que respeitar o povo de Mato Grosso primeiramente”.