Fonte: Olhar Direto
O governador Mauro Mendes (DEM) recebeu o presidente da República em exercício, Hamilton Mourão (PRTB), no Palácio Paiaguás na ultima terça-feira (10) para discutir sobre o Conselho da Amazônia Legal, do qual o vice-presidente passou a ser coordenador. Entre as demandas, o chefe do Executivo mato-grossense solicitou a reinserção dos gestores estaduais no comando do Conselho e pediu, ainda, apoio do Governo Federal na cobrança aos países ricos sobre os créditos obtidos com a redução da emissão do dióxido de carbono (CO2) na atmosfera.
“Precisamos trabalhar de forma ostensiva na cobrança dos créditos de carbono por parte dos países ricos, conforme ficou definido em tantas reuniões e acordos internacionais. O que o Brasil faz hoje em termos de preservação ambiental nenhum país do mundo faz”, destacou Mauro Mendes, durante o encontro.
Mato Grosso possui créditos acumulados da redução de carbono na faixa de 1 bilhão de toneladas. “O que ocorreu de pagamento de compensação por esses créditos foi praticamente nada até agora. Mas é muito difícil agirmos sozinhos porque precisamos da liderança do Governo Federal, que é determinante. Aí sim poderemos exigir essa compensação de uma forma muito mais organizada e racional”, acrescentou o governador.
O presidente em exercício corroborou a fala do governador. De acordo com Mourão, o Governo Federal deverá buscar estudos técnicos para poder “precificar” a redução do CO2.
“O Brasil contribui com a estabilidade do clima do mundo e isso requer um custo muito grande. É uma discussão séria que precisa ser melhor debatida. A minha sugestão é buscar a Academia, para que faça um estudo de modo a precificar essa questão. Essa é uma das tarefas que iremos colocar em prática”, garantiu.
O democrata também comunicou a Mourão que, na última semana, Mato Grosso lançou o Plano de Ação para combater o desmatamento ilegal e as queimadas. Relembrando a crise ambiental de 2019, Mendes ponderou que um dos pilares para obter êxito nessa tarefa é tanto o Estado quanto o Governo conseguirem comunicar de forma eficiente os trabalhos desenvolvidos.
“Para se ter uma ideia, apesar de sermos um dos maiores produtores de grãos e da pecuária mundial, 62% do território de Mato Grosso está preservado. As estradas, as cidades, e toda a produção consomem 38%. Não existe nenhum estado ou país do mundo que consegue isso”, destacou.
Mourão adiantou que irá buscar uma maior integração do Governo Federal com os estados que compõem a Amazônia Legal, de forma a alinhar as melhores soluções para os problemas da região, em especial nos referentes às queimadas e desmatamento ilegal.
“Vamos investir em um trabalho de inteligência integrada para abastecer os bancos de dados de cada um dos governadores. Porque temos muitos sistemas que às vezes não conversam entre si. É preciso ter mais coordenação e integração de informações”, salientou.