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“Não há decreto no mundo que dê jeito se não tiver o apoio da população”, diz Emanuel

Foto: Reprodução

Fonte: Olhar Direto

O prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro disse que entende a reação contrária que viu contra o decreto do último dia 2 que instaurava o rodízio no tráfego de veículos e limitação por CPF nos atendimentos presenciais realizados por bancos, lotéricas, supermercados e distribuidoras da bebidas. A medida já foi suspensa. Emanuel afirmou que a intenção é combater a propagação da Covid-19 e que nenhum decreto surtirá efeito sem a colaboração da população.


Mas, quero dizer a vocês que estou atento a toda polêmica, a toda celeuma estabelecida com o decreto que anunciei na quinta-feira (2), estabelecendo novas medidas duras, amargas de combate a Covid-19 na nossa capital.

Entendo a reação. Sei que mudar o nosso dia a dia, os nossos costumes, os nossos hábitos não é fácil. Mas é hora de chamarmos à reflexão sobre o papel de cada um de nós neste combate ao novo coronavírus. Muitas vezes, se exige tudo do prefeito, que ele tome as medidas certas, que ele não erre, que ele seja um grande líder, que ele vença a guerra no combate à Covid-19, desde que eu não faça nenhum sacrifício na minha vida e continue a tocar a minha vida, se possível, do mesmo jeito que eu tocava antes da pandemia.

Minha gente, não vai dar certo! A guerra contra a Covid-19 só terá êxito, só vamos vencer essa guerra, se cada um fizer a sua parte! Se você olhar um pouco a sua volta, avalie Cuiabá nos últimos dias. As praças, os parques… Estavam cheios ou vazios? Os campos de futebol, os mini estádios, mercados, bancos, lotéricas, distribuidoras de bebidas, churrasquinhos, festinhas… Carros demais… Carros demais nas ruas de Cuiabá!

Não há decreto no mundo que dê jeito se não tiver o apoio da população! Não há decreto no mundo que dê jeito, se não houver o envolvimento de cada um de nós, cada um fazendo a sua parte no combate à Covid-19. Isso exige sacrifícios temporários. No caso desse decreto que anunciei ontem, seriam 15 a 17 dias que pedimos que você possa adequar a sua vida. E fazer por você é a melhor forma de fazer por todo mundo num momento de pandemia, num momento de aflição, de preocupação.

Seriam poucos dias com um certo sacrifício em nome da minha saúde, da minha vida e de toda a população. Então, por isso, ao apresentar essas medidas, que sei que foram pouco compreendidas — e eu faço a mea culpa, a comunicação não foi adequada — nós só propusemos o rodízio de veículos porque precisamos diminuir a circulação de pessoas e, consequentemente, de veículos por toda a cidade.

Nós propusemos o rodízio de CPF’s em bancos, lotéricas, supermercados e distribuidoras de bebidas porque esses são os estabelecimentos que, monitorados por nós tecnicamente, representam maior risco à propagação da Covid-19, pela aglomeração terrível que estavam causando, especialmente nos últimos dias! Com contatos indesejados, com uma multidão, com uma aglomeração indesejada e a qualquer hora, várias horas do dia, o que vem colocando em risco todo o trabalho feito até agora e se tornando esses estabelecimentos um campo fértil para a propagação do novo coronavírus.

Então, algo precisa ser feito para conter essa situação. E eu sempre disse: posso pecar por excesso, jamais pecarei por omissão! Principalmente quando está em jogo Cuiabá. Principalmente quando está em causa a saúde e a vida das pessoas! Então, essas medidas podem até não terem sido bem compreendidas. E eu estou pronto para recuar dois, três passos para trás para avançar cinco a dez passos e estreitar o meu canal de diálogo com os segmentos organizados da sociedade e com a sociedade. Temos que fazer alguma coisa!

“Ah, prefeito! Essas medidas não são as melhores! Se fazer isso, eu não posso sair de casa, eu não posso fazer isso, fazer aquilo!”. Pode até ser. Mas que busquemos as medidas. E nenhuma medida, seja ela qual for, vai conseguir contentar os quase 700 mil cuiabanos. Cada um de nós teremos que fazer a nossa parte. Eu vou fazer a minha agora, mesmo entendendo que essas medidas precisam ser adotadas, absolutamente convencido tecnicamente e pessoalmente que essas medidas precisam ser adotadas. Mas, sem o apoio da população, nada dará certo.

Não se combate a pandemia por decreto. Combate-se a pandemia com gestos, com ações e, principalmente, com a participação de todos! Porque estamos todos no mesmo barco. Mato Grosso virou epicentro da Covid-19 no país. Os números crescem assustadoramente no interior. E Cuiabá é a capital do Estado, a cidade mais populosa. Vai ser impactada com relação a isso. Por isso temos que continuar fazendo o nosso dever de casa, combater os principais focos de aglomeração e também diminuir a circulação pela cidade, especialmente no centro de Cuiabá.


Então, em virtude da prioridade que tenho de fechar um projeto para lançar o plano de ação das barreiras sanitárias e para me comunicar melhor com a população cuiabana, estou revogando as medidas do rodízio de veículos e do rodízio de CPF nesses estabelecimentos da nossa capital: bancos, casas lotéricas, supermercados e distribuidoras de bebidas para poder aumentar o canal de diálogo com a população cuiabana e os segmentos organizados da sociedade. Durante a próxima semana, estabelecerei essas ou outras medidas que possam conter a circulação pela cidade e a aglomeração em vários estabelecimentos e em vários pontos de Cuiabá.

Conto com você. Conto com a sua compreensão. E juntos vamos vencer esta guerra travada contra a Covid-19!

Emanuel Pinheiro — Prefeito municipal de Cuiabá

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