Investigação aponta que esposa pode ter ajudado a tramar morte de empresário alvo da ‘Crédito Podre

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Foto: Reprodução
ALMT TRANSPARENCIA

As investigações da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) apontam que Keila Alberto de Oliveira, seria uma das responsáveis por arquitetar a morte do seu marido, o empresário Wagner Florencio Pimentel, acusado de liderar organização criminosa que sonegava impostos na venda interestadual de grãos e que foi alvo da ‘Operação Crédito Podre’.

Segundo as investigações da DHPP, Wagner teria começado a ser um “estorvo em sua vida profissional e amorosa”. Sendo assim, Keila aderiu a vontade de ceifar sua vida. Ela teve um relacionamento com Michel Padilha da Silva, que se aproximou de Keila para começar a obter informações privilegiadas sobre os passos da vítima.

Michel foi o responsável por indicar e contratar advogado para defender o casal, fato que foi inclusive confirmado em depoimento por Keila, que acrescentou que ele foi o único a prestar ajuda quando Wagner foi preso. Porém, ela omitiu qual teria sido o tipo, dizendo que foi apenas profissional.

Keila também teria mentido em depoimento, ao dizer que não teve contato com Michel um dia depois do crime. Imagens mostram que que ela, Michel e Walérya (filha do empresário) estiveram juntos na Central de Registro de Óbitos.

Interceptação telefônica na procura de um imóvel para alugar evidencia a estreita relação entre Keila e Michel. Uma conversa entre ele e o colaborador de uma imobiliária mostra um diálogo sobre o aluguel de um apartamento que seria feito pela então esposa do empresário.

Lucas Osório Goes Filho também aparece como um dos mandantes do crime nas investigações. Isso porque ele, junto com Michel, tentava acabar com as investigações da Operação Credito Podre contra eles.

“Vínculo entre os investigados corrobora com a denúncia preliminar que aponta como mandantes Keila Catarina de Paula, Michel Padilha da Silva e Lucas Osório Goes Filho, cuja motivação seria a dívida com o advogado M.D., que orçou cerca de meio milhão, valor este que a vítima não quis ressarcir”, diz trecho de documento da investigação.


Trama e execução

As investigações realizadas pela equipe da delegada Jannira Laranjeira Siqueira Campos Moura, responsável pelo caso, apontam que o empresário é sócio do empreendimento Taberna Choperia, localizado nas dependências do Shopping 3 Américas. No dia dos fatos ele foi ao estabelecimento às 17h51 horas e lá permaneceu até às 22h37.

Quem fazia a vigilância era o casal Wellington Lemos Guedes Castro e Rosiele Fátima da Silva. Eles chegaram ao shopping 3 Américas às 18h11 em um veículo Ford, Fiesta, cor prata, placa NUC-0718.

No horário próximo ao fechamento do Shopping e consecutivamente do estabelecimento Taberna Choperia, o casal observou que a vítima estava encerrando as atividades e se dirigiram ao estacionamento onde permaneceram até a saída da vítima. Eles simularam que o veículo teria apresentado “problemas mecânicos” e contaram com a ajuda do suspeito Gilmar Fernando Borges Resplande Amorim, que pilotava uma motocicleta marca Honda Fan prata (Placa QBB – 7642). Ele chegou ao estacionamento às 22h29min pela saída de veículos.

“Importante citar que todos permaneceram no Shopping até o momento em que Wagner Florêncio Pimentel já se encaminhava para deixar o local”, disse a delegada.

O suspeito Gilmar Fernando Borges Resplande Amorim em posse de sua motocicleta, saiu do shopping por volta das 22h35, aproximadamente (um minuto antes da vítima), seguindo pela Avenida Brasília sentido estrada do Moinho.

O casal Wellington Lemos Guedes Castro e Rosiele Fátima da Silva aguardaram dentro do veículo Fiesta, saindo do estacionamento por volta das 22:37:39 horas, cerca de 1 minuto depois da saída vítima do local.

“O suspeito Wellington sempre conversava ao telefone, como se estivesse repassando informações da vítima”, revela Jannira Laranjeira.

Outras pessoas foram identificadas no transcorrer das investigações como possíveis participantes da pratica criminosa, entre elas Adão Joasir Fontoura, suspeito de ter executado o homicídio.

No dia dos fatos, Adão Joasir chega ao Shopping 3 Américas às 20h37,  em um Fiat Uno branco, acompanhado de seu filho e da sua esposa Dayane Pereira Pimenta,nome em que consta o registro de propriedade do veículo modelo.Eles permaneceram no local até 21h34.

Conforme a investigação nesse intervalo, outro participante do crime, ainda a ser identificado (cor morena, camiseta azul, bermuda de cor clara), em posse de uma motocicleta, sendo a mesma utilizada na prática do homicídio, estacionou por volta das 21h30min em frente ao acesso do estacionamento do Shopping  3 Américas. O local é o mesmo em que a vítima usou para sair do estabelecimento.

O motociclista suspeito permaneceu no local até a chegada de Adão Joasir Fontoura no veículo modelo Uno. Após algum tempo, ele trocou de lugar com Adão, que passou a pilotar o veículo, utilizando outra roupa. A camiseta branca que vestia foi trocada por uma de cor escura.

Após a inversão de lugares, ambos em momentos distintos, saem com os veículos pela Avenida Brasília sentido à Estrado do Moinho estacionando nas imediações do edifício American Diamond, onde aguardaram até o instante em que a vítima Wagner Florêncio Pimentel passa com o seu veículo pelo local, dando início a perseguição realizada pela motocicleta pilotada por Adão Joasir Fontoura.

Já na Avenida Brasília, em frente à casa n° 1.030, bairro Jardim das Américas, aproveitando o momento em que a vítima teve que reduzir a velocidade do seu veículo, ao passar por uma lombada,  a motocicleta encostou ao lado do veículo da vítima, e efetuou disparos de arma de fogo que ocasionaram a morte de Wagner Florêncio Pimentel.

Logo após a pratica do crime, outros envolvidos (Dayane e homem não identificado) na ação criminosa, passam pelo local no veículo Uno, em baixa velocidade ao lado o veículo Sandero da vítima já em óbito.

“Nesse momento é possível que estejam fazendo a verificação preliminar do resultado da ação criminosa”, conclui a delegada. Adão Joasir Fontoura já foi preso pela pratica do crime de homicídio, tendo como vítima o médico César dos Santos Brambila, em janeiro de 2002. Ele  Adão ostenta antecedentes criminais por outros crimes da mesma natureza (homicídio e lesão corporal).

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