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Saúde alerta para tempo chuvoso e cuidados com a proliferação do mosquito Aedes Aegypti

Foto: Luiz Alves

Com a mistura do calor cuiabano e o início do período chuvoso, sobe o alerta para os cuidados com a proliferação do mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus. Os cuidados e atenção a possíveis criadouros e focos do mosquito pode ser imprescindível para evitar que a sua moradia se torne um berçário para o inseto.

Em 2020 em Cuiabá, houve 947 notificações de dengue, 37 de Chikungunya e 14 investigações sobre a zika, conforme a Vigilância Epidemiológica. No mesmo período, houve 4 casos de notificações de grávidas com zika, na Capital.

Pensando no bem estar da população, a coordenadora do Centro de Controle de Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Alessandra da Costa Carvalho, chamou atenção para o período chuvoso e os cuidados redobrados a serem tomados dentro de casa, que podem fazer toda a diferença na hora de manter o mosquito bem longe de todos. De acordo com ela, as precauções são básicas, como evitar deixar qualquer recipiente, por menor que seja, acumular água e se tornar moradia do inseto.

“O que mais as pessoas esquecem é de vedar e lavar semanalmente as caixas d’água, por isso quando chega um período como esse chuvoso, essas caixas que estão abertas e qualquer lugar no quintal da residência que tenha água parada, como por exemplo, lixo, vasos, sacolas plásticas, latas e materiais de serviços em geral acumulando larvas, pode ocorrer a proliferação do mosquito. No período chuvoso isso tem que ser redobrado, além da concorrência da caixa d’água como dispersor dos mosquitos, temos também os lixos domésticos acumulando água e passando a proliferar o mosquito, porque a fêmea do Aedes Aegypti quando faz a postura desses óvulos, busca primeiro os recipientes vazios, que acabam se tornando um berçário para os mosquitos”, explica.

A profissional também ressalta, que devido a pandemia da Covid-19, os sintomas iniciais das doenças provocadas pelo mosquito Aedes Aegypti, podem ser confundidos com os do coronavírus. Para evitar um diagnóstico errado é necessário que o cidadão busque o quanto antes atendimento médico mais próximo.

“Alguns dos sintomas se assemelham, então de repente a gente pode estar pensando que está com uma coisa e está com outra. Nós precisamos estar com o cuidado redobrado, muito mais alertas do que antes, porque como consequência disso, podemos ter concorrência de leitos de UTI [Unidades de Terapia Intensiva]. Tudo isso temos que ponderar para ficar mais atentos e alerta”, afirma.

 

Sintomas

 

É importante ressaltar que o mosquito pode transportar os respectivos vírus por toda a sua vida. Por isso é de grande importância que a pessoa que está no período de tratamento de dengue, zika e chikungunya se proteja para não ter contato com o mosquito novamente.

 

Depois que a pessoa é picada, ela demora entre três a 15 dias para manifestar os sintomas, sendo mais comum entre o quinto e sexto dia. No caso da chikungunya de dois a 12 dias (mais comum de cinco a seis dias) após a picada, e no Zika de três a 12 dias.

 

Além de serem transmitidas pela picada do mesmo mosquito, em comum, as doenças aparecem em fases agudas, podem dar mal-estar, dores pelo corpo e de cabeça, e febre. Entre as diferenças, a dor de cabeça costuma ser mais intensa na dengue, enquanto a dor nas articulações é mais intensa na chikungunya e o Zika raramente apresenta febre ou outros sintomas mais característicos. A infecção pelo Zika costuma apresentar também um quadro de conjuntivite em cerca de metade das pessoas, a vermelhidão no corpo costuma coçar e ela pode causar um aumento dos gânglios, sinais que não estão presentes nas outras duas.

 

“Mediante a esses sinais, busquem unidades de saúde, para ter um diagnóstico mais preciso, com um diferencial de que não seja coronavírus para estamos notificando a doença. No entanto, todas essas doenças podem ser prevenidas, porque sabemos onde o mosquito pode nascer e devemos fazer uma vigilância nesses lugares”, orienta Alessandra.

 

Cuidados a serem tomados

 

A orientação básica da SMS é que o morador tire 10 minutos durante um dia da semana para fazer uma checagem completa em toda sua residência, em seu comércio, na igreja, onde houver grande número de pessoas juntas.

 

A Prefeitura de Cuiabá, por meio da Zoonoses atua também de maneira preventiva, conforme o programa do Ministério da Saúde exige, visitando as residências da Capital há cada 45 dias. Durante o ano são realizadas seis visitas domiciliar.

 

Ao longo do ano passado, 1.117.526 imóveis de Cuiabá foram visitados pelos agentes de combate às endemias (ACE’s), que orientam sobre os procedimentos para impedir a proliferação do mosquito Aedes aegypti. Ainda em 2020, também foram realizadas 7.293 vistorias em pontos estratégicos, que se caracterizam pelo grande acúmulo de criadouros da larva do mosquito (oficinas mecânicas, cemitérios etc.).

 

“O nosso trabalho é orientar o morador, de que ele tem que ficar livre de qualquer possibilidade do acúmulo de água parada. A população não pode negar essa visita, mas é óbvio que se ela não tiver em casa no momento, não temos como realizar esse trabalho. Quando isso ocorre, a gente deixa folder, panfletos cm as orientações básicas e necessárias para que a população tome providências para evitar criadouros e focos de mosquitos dentro da sua casa”, informa a coordenadora.

 

Em caso de imóveis abandonados, ou em posse de imobiliárias de aluguel e terrenos abandonado, Alessandra também informa que ocorre essa fiscalização.

 

“Se é uma casa abandonada ou que se mantem fechada, que ficam com imobiliárias, nós não temos como invadir imóveis fechados, mas nós ligamos para a imobiliária, pedimos para estarem presentes com data e horário no local para abrirem as portas e realizarmos a vistoria. No caso de uma residência abandonada mandamos uma notificação para a Secretaria de Ordem Pública, para que eles façam a notificação via aérea. Em caso de terreno baldio, se não tiver o lixo, algo que acumule água parada, como latinhas, carrinhos de criança, banheiras, reservatórios, pneus jogados pela população, ali não tem mosquito. Mato não dá mosquito, o que dá mosquito são os recipientes jogados de forma indevidas nesses terrenos baldios”, diz.

 

Em caso de dúvidas, a população pode estar entrando em contato com a ouvidoria da Zoonoses, através do número (65) 3617-1680.

Fonte: JAD LARANJEIRA – PMC

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