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Emanuelzinho pede plebiscito e diz que Mauro decidiu pela troca do VLT “com o dedo na cara”

Foto: reprodução

O deputado federal Emanuelzinho (PTB) subiu o tom das críticas contra o governador Mauro Mendes (DEM). Contrário à decisão de troca do VLT para o BRT, o petebista afirma que o chefe do Executivo estadual não leva em consideração questões técnicas, mas políticas. Além disso, o parlamentar levanta a suspeita de que a escolha é para atender as vontades de corporações privadas e defende que se faça um plebiscito para que a população vote no modal de preferência.

“Por parte do Governo do estado existe a busca por dominação da narrativa de que só existem vantagens e virtudes no BRT. O VLT é o leproso da vez e quem ousa defender é leproso também. O governador se esquece que era o prefeito de Cuiabá na época que o VLT começou a ser instalado e não falou um A. Acusa todo mundo de ser bandido e de não ter uma reputação tão ilibada como a dele e se esquece que era sócio do ex-governador Silval Barbosa, ele participou de todo esse sistema. Hoje quer apontar o dedo para todo mundo. Falta a gente dizer que existe dentro do cenário político uma coisa chamada ‘captura do estado’, que é corporações privadas que se utilizam da proximidade e de doações de campanha a políticos para ter o retorno durante a atividade pública. Isso pode estar acontecendo com o BRT agora e só vamos ver lá na frente”, disse à imprensa, minutos antes do início da audiência pública da Assembleia Legislativa para debater os modais, na tarde desta quinta-feira (4).

Emanuelzinho afirma que Mauro está em torno de uma panelinha e que a conclusão do VLT poderia ser considerada como uma derrota eleitoral e política. “Discute apontando o dedo na cara dos outros. Isso não pode acontecer. O que está havendo não é uma discussão técnica, mas política. O governador não está preocupado com a população. Por muito tempo eu respeitei o governador, mas ele não respeita ninguém. Chega uma hora que não dá para seguir essa linha de discussão. Se ele quer subir o tom, vou subir o tom também”.

O deputado também questionou a idoneidade de Mauro e seu grupo político. Afirma que ele também responde por processos e relembrou a prisão do ex-adjunto da Casa Civil, Wanderson de Jesus Nogueira, por suposta corrupção. “Até quando a gente vai aguentar ficar levando dedo na cara e a população sendo deixada de fora? Somente uma disputa de egos”.

Sem debate

O petebista critica, principalmente, a falta de debate para se chegar a tal decisão. Diz que em outras capitais, o VLT tem demonstrado que é viável e que o objetivo do modal não é trazer lucro, mas um bom transporte público para a população.

“O BRT vai custar R$ 400 milhões e o VLT para se concluir R$ 700 milhões e o governador afirmando que o VLT não vai poder, pois está envolvido em corrupção e terá que ter subsídio. Mas, em qualquer lugar, tem subsídios. Não teve debate. O governador e o presidente da Assembleia (Eduardo Botelho) combinam o discurso e tentam dominar a narrativa. Parece que não existe outras possibilidades e o BRT tivesse dado certo no Brasil inteiro. O BRT foi instalado há 30 anos em Curitiba, como sinal de modernidade”, completou.

Por fim, Emanuelzinho ressalta que se o governo apresentar provas técnicas de que o BRT é mais viável que o VLT, ele irá apoiar a troca. “Não tenho compromisso com o VLT, mas com a população. Se for mostrado, tecnicamente e em discussão com a população, tudo bem. Agora, com imposição e dedo na cara, não”.

 

Fonte: OLHAR DIRETO Airton Marques / Do Local – Max Aguiar

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