Saiba como funcionava esquema de ‘jogo do bicho’ que causou grande prejuízo a apostadores

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Assessoria
ALMT

A Polícia Civil de Barra do Garças (520 quilômetros de Cuiabá) detalhou como funcionava o esquema de jogo do bicho que era feito na região e que foi alvo da segunda fase da ‘Operação Jogatina’, deflagrada na manhã desta quinta-feira (27), com objetivo de cumprir 36 mandados de busca e apreensão. A organização era bastante estruturada e dividida em núcleos.

As investigações apontaram que a prática ilícita ocorre de forma muito bem organizada pelos participantes e de forma exposta para todos os interessados em participar da “loteria”.

Durante as diligências, foram identificados 24 cambistas responsáveis por colherem as apostas, sempre acompanhados da máquina de registro, recolhedores/coletores, os quais compareciam nos pontos de venda, retiravam os extratos de apostas, conferiam os valores e repassavam o pagamento ao operador, levando todo o dinheiro e as apostas para o “escritório”.

A estrutura do jogo tem três níveis de hierarquia. Os anotadores são a face mais visível do negócio: vendem as apostas com seus bloquinhos e carimbos. Os gerentes são contadores que cuidam dos bicheiros de determinada área, intermediando o contato e o fluxo de dinheiro aos banqueiros (também conhecidos como bicheiros), a elite financeira do jogo.

Para o deferimento das ordens judiciais, foram apresentados fortes indícios do cometimento da contravenção, elencando a forma como é sistematizada a sua realização. Os pontos de jogos ilegais foram identificados nas cidades de Barra do Garças, Pontal do Araguaia e ramificações em Aragarças (GO).

Segundo o delegado responsável pelas investigações, Adriano Marcos Alencar, a estruturação do ilícito faz diante de uma “organização contravencionista”, com estrutura muito bem organizada, de alcance ainda inimaginável,  sem mensurar os grandes prejuízos às vítimas e a geração de lucros ilícitos aos destinatários.

“A maioria dos suspeitos já possuem antecedentes criminais pela mesma contravenção, necessitando assim de uma ação mais enérgica das autoridades constituídas, visando frear a prática da infração penal. Os jogos de azar influem na arrecadação fiscal, pois não possuem o controle do Estado, além do que, a lisura da jogatina fica comprometida, pois não existe órgão de controle fiscalizador sobre as apostas”, disse o delegado.

O delegado destacou ainda que o fato de ser praticado de forma reiterada em diversos locais não afasta o caráter ilícito do jogo do bicho, pois no Direito brasileiro o costume não torna sem efeito a lei.

O delegado regional, Wilyney Santana Borges, destacou que a Delegacia Regional de Barra do Garças, em um projeto piloto no estado, está buscando parceira com o Poder Judiciário para criar uma central de investigação de crimes de menor potencial  ofensivo já com mediação e conciliação em sede de delegacia. A operação Jogatina II vem para demonstrar a importância das investigações desta natureza, que no cotidiano acabam passando desapercebidas pelas forças de segurança”, disse.

A operação deflagrada com base em investigações da 1ª Delegacia de Polícia de Barra do Garças é um desdobramento da Operação Jogatina, realizada em 2012, que desarticulou um esquema que controlava e explorava o jogo do bicho na cidade.

 

Fonte: Olhar Direto

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