Insatisfeito com respostas, deputado afirma que Furnas se esquivou sobre mortes de peixes nativos

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ALMT TRANSPARENCIA

Membro da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa (ALMT), o deputado Allan Kardec (PDT) não ficou satisfeito com as respostas dadas pela empresa responsável pela Usina do Manso, a Furnas Centrais Elétricas, sobre os motivos para a mortandade de 90 toneladas de peixe no lago localizado em Chapada dos Guimarães.

O parlamentar, que participou da reunião com o gerente do departamento de produção de Manso, Ramon Carvalho, nesta terça-feira (13), afirma que a empresa reconhece alguns erros, mas que se esquiva do fato de peixes nativos também terem morrido. “Fica claro que eles reconheceram o erro, que o nível da água está baixo, assim como o nível de oxigenação e qualidade da água. Mas omitiram informação importante: não foram mortos somente peixes que estavam em tanque/rede. Temos registros que os peixes nativos foram mortos, então toda a água do Manso foi afetada”.

Durante a reunião, foi ressaltado que o desastre foi motivado não por devastação ambiental ou poluição química, mas pela inversão térmica causada pela baixa temperatura dos últimos dias na região metropolitana e o baixo volume de água na região. Mesmo assim, Allan defende que Furnas seja responsabilizada e prevê até que a Justiça seja acionada para que a empresa arque com os prejuízos (de quase R$ 1 bilhão) causados pelo produtores pesqueiros da região.

O pedetista ainda bateu na tecla de que a usina interfere diretamente na saúde hídrica do Rio Cuiabá. “O próprio ribeirinho, com sua sabedoria ancestral, sabe quando a água muda de temperatura. Dois dias depois que as comportas do Manso são abertas, o ribeirinho lá em Barão de Melgaço sabe que o peixe fugiu da água fria e ele mede a temperatura e sabe que as comportas foram abertas. Isso está claro e os técnicos de Furnas confirmaram isso, de que a água solta pela parte de baixo das comportas é mais fria do que a da superfície. Quando eles soltam essa água, o rio muda de temperatura, influenciando em todo o ecossistema”.

Outro ponto que comprova a interferência é o fato ocorrido no ano passado, durante o período de seca e queimadas na região. “Quando o navio da Marinha esteve em Poconé por conta das queimadas, ele ficou encalhado. Foi dada ordem pela Marinha para que Manso soltasse água por três dias para aumentar o nível do Rio Cuiabá. Em três dias, Manso soltou água e o navio da Marinha desencalhou. Isso significa controle da cheia e seca e tem que ser responsabilizado, inclusive, pelo que está acontecendo nas Baías de Chacororé”.

 

 

Fonte: Olhar Direto 

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