Um dos protagonistas do momento mais decisivo da temporada da Fórmula 1, Nicholas Latifi se manifestou publicamente nesta terça-feira (21/12) pela primeira vez desde que sofreu o acidente que acabou ajudando Max Verstappen a sagrar-se campeão deste ano. O piloto da Williams revelou ter sofrido bullying nas redes sociais, com direito até a ameaças de morte.
“O ódio, o abuso e as ameaças subsequentes nas redes sociais não foram realmente uma surpresa para mim, já que é a dura realidade do mundo em que vivemos agora. Não estou desacostumado com mensagens negativas no mundo virtual, assim como todas as pessoas que competem em nível mundial, que sabem que passamos por um escrutínio extremo, algo que faz parte do pacote. Mas vemos de tempos em tempos, nos mais variados esportes, que só é preciso um incidente no momento errado para as coisas saírem de proporção e extraírem o pior das pessoas que se dizem ‘fãs’ do esporte. O que mais me chocou foi o tom extremo de ódio, abuso e até mesmo as ameaças de morte que recebi”, disse o canadense, em suas redes sociais.
Coadjuvante na F1, Latifi viveu um dia de protagonista no dia 12, na última corrida da F1 no ano. Estava em jogo o título mundial, com Max Verstappen e Lewis Hamilton empatados em pontos antes do início da prova. Quando faltavam seis voltas para o fim do GP de Abu Dabi, o piloto canadense sofreu forte batida. Os detritos do seu carro se espalharam pela pista e a direção da prova decidiu pela entrada do safety car.
A decisão acabou favorecendo Verstappen, que soube aproveitar a oportunidade. Ele trocou rapidamente os pneus e viu a diferença para o líder Hamilton cair de 11 segundos para praticamente zero Além disso, o diretor de provas, o contestado Michael Masi, ordenou para que os retardatários que estavam entre Hamilton e Verstappen se antecipassem ao líder para abrir caminho para o duelo direto entre os dois primeiros colocados.
Verstappen, com pneus mais rápidos, ultrapassou rapidamente Hamilton assim que a prova foi liberada, venceu a prova e conquistou o título. As decisões de Masi foram contestadas diversas vezes pela Mercedes e seus dirigentes e a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) anunciou profunda análise sobre o caso.
“Refletindo agora sobre a corrida, há apenas um grupo de pessoas que precisam do meu pedido de desculpas: a minha própria equipe (Williams). Fiz isso assim que abandonei a prova. Tudo o que aconteceu depois da minha batida estava totalmente fora do meu controle”, disse o canadense.