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Após recomendar vacinação de crianças Anvisa recebe ameaças

Reprodução

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) recebeu na segunda-feira (27) uma nova ameaça a diretores e servidores em razão da aprovação da indicação de vacina contra a Covid-19 para crianças de 5 a 11 anos. Entre as 169 ameaças recebidas pela agência no período de 17 a 28 de dezembro, uma em particular, possivelmente enviada do Rio Grande do Sul, chamou a atenção. O email que continha a ameaça trazia um link por meio do qual se via uma pessoa enforcando um cachorro.

“O apocalipse se aproxima. Confiram o que foi feito com o meu cachorro no vídeo do link”, escreve o autor da ameaça. O vídeo chegou a ser visto por alguns servidores, mas já saiu do ar. A reportagem do R7 teve acesso ao conteúdo do email. Nele, a pessoa, que cita nome, CPF e diz ser um adolescente, encerra o texto com uma saudação nazista.

“Os senhores irão pagar caro, com certeza estão recebendo propina da Pfizer para aprovarem a vacina para crianças, não? Pois bem, sou menor de idade e não tomei essa merda chinesa. Irei me deslocar da minha casa no RS para BSB e irei purificar a terra onde a Anvisa está instalada usando combustível abençoado. Caso queiram me achar, meu CPF é […] e moro no RS, mas estarei bem longe quando o Xandão [possivelmente uma referência ao ministro Alexandre de Mores, do STF] mandar os vagabundos parasitas da PF aqui pra casa. Boa sorte, que Deus nos abençoe […]”, dizem trechos da mensagem.

Ameaças
As ameaças contra diretores e servidores da Anvisa se intensificaram depois que a agência publicou uma nota em que repudiava intimidações por parte do presidente Jair Bolsonaro, que, durante transmissão ao vivo pelas redes sociais, afirmou ter pedido “o nome das pessoas que aprovaram a vacina para crianças a partir de 5 anos”. A nota foi assinada pelo presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, e por quatro diretores.

Na última semana, o ministro Alexandre de Moraes deu ao presidente Bolsonaro um prazo de 48 horas para explicar suposta intimidação contra servidores da Anvisa que aprovaram a aplicação da vacina contra a Covid-19 da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos. O ministro também solicitou que a agência enviasse ao Supremo as mensagens com ameaças, o que foi feito. A análise está sendo realizada por Moraes no âmbito de um requerimento protocolado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

No último dia 19, a Anvisa expediu ofícios a diversos órgãos, entre eles a PGR (Procuradoria-Geral da República) e o Ministério da Justiça, solicitando apuração das ameaças e proteção policial aos membros da agência. As solicitações já haviam sido feitas em novembro, quando o órgão recebeu as primeiras ameaças. “O crescimento das ameaças faz com que novas investigações sejam necessárias para identificar os autores e apurar responsabilidades”, declarou a entidade.

Fonte: Gazeta Digital

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