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Projeto que prevê a instalação de câmeras nos veículos e aeronaves das forças de segurança divide opiniões na ALMT

Reprodução

O deputado estadual João Batista (PP) criticou o projeto que prevê a instalação de câmeras nos veículos e aeronaves das forças de segurança, além de coletes e capacetes, afirmando que tal medida “inibe a ação” dos policiais.

O projeto entrou na pauta da Assembleia Legislativa nesta semana e divide opiniões entre os parlamentares. Na avaliação de João Batista, que é ligado à Polícia Penal, o assunto está sendo tratado de “forma abrupta”.

O deputado alegou, ainda, que não há dados efetivos dos benefícios que a vigilância 24h pode trazer à sociedade, uma vez que se fala em redução da letalidade policial em estados que adotaram a medida, mas não de queda nos índices de criminalidade.

“Eu sou contrário à forma abrupta com que estão querendo fazer. Em outros estados que já colocaram, o que a gente tem de informação? Reduziu drasticamente a letalidade policial. Reduzindo a letalidade policial, caiu também os índices de crimes?”, questionou.

“Ou reduziu a letalidade policial e aumentou o número de crimes cometidos? Não seria o caso da gente estar aqui simplesmente sacrificando a ovelha em benefício do lobo? Temos que prestar atenção nisso”, completou.

Batista afirmou que já se reuniu com o secretário de Estado de Segurança Pública, Alexandre Bustamante, e também com representantes da Ordem dos Advogados do Brasil e aguarda informações estatísticas de outros estados para tomar uma posição definitiva sobre o caso no Parlamento.

 

Decisão em “fração de segundo”

O deputado afirmou que a avaliação sobre o tema não pode se basear apenas em cima da conduta do policial, no sentido de que se o agente da segurança pública não age de forma ilegal, não teria o que temer.

“O ser humano tem um terço de segundo entre o pensar e o agir. Na hora de uma troca de tiros emergencial, você não vai pensar em ligar a câmera.. e de repente a câmera está gravando algo que ele precisa fazer”, afirmou.

Segundo o parlamentar, apesar de ser preparado na academia para lidar com a pressão e agir em momentos de tensão, a presença da câmera acabaria por interferir na tomada de decisões em momento cruciais.

“Temos que levar em consideração que o policial é um ser humano como outro qualquer. Naquele momento, de fração de segundos, para ele tomar uma decisão de salvar uma vida, tendo que escolher quem vive e quem morre, essa câmera pode atrapalhar”, disse.

“Estamos falando de um momento em que o ser humano está com uma arma na mão e precisa defender a vida dele e a vida de terceiros. Isso, em determinada situação, pode inibir a ação policial e colocar em risco a vida desse policial e da sociedade”, avaliou.

 

Erros policiais

João Batista reconheceu que há casos em que os policiais erram em seu julgamento, mas ponderou que tais situações não são rotineiras e “não se pode tratar a exceção como uma regra”.

“Os casos de erro policial, assim como de erro médico, são as exceções à regra. Inibe a ação policial em momento de crise. Apenas quem é especialista na área vai saber o que estou falando aqui”, disse.

Fonte: Midia News

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