O uso de álcool impacta a sociedade de três maneiras: pela intoxicação direta, pela elevação do risco de doenças (direta ou indiretamente influenciadas pelo álcool) e pelos transtornos mentais relacionados ao uso dessa substância. Metade da população brasileira faz uso do álcool em algum momento da vida, mas é preocupante o aumento da frequência e quantidade com que essa substância vem sendo consumido no Brasil entre os que bebem, em especial quando consideramos o beber pesado episódico (BPE) definido como o uso de cinco ou mais doses de bebidas alcoólicas em um período aproximado de duas horas por homens e quatro ou mais por mulheres neste período de tempo, sendo que uma dose no Brasil tem em média 14 g de álcool, o que equivale a uma lata de cerveja de 350 ml (5%), uma taça de vinho de até 150 ml (12%) ou uma dose de destilado de até 45 ml (40%). Este padrão, que leva à intoxicação, é associado a uma série de consequências negativas, como infarto agudo do miocárdio, sexo desprotegido, suicídio, além de lesões ou danos não intencionais como acidentes e violência.
No estudo São Paulo Megacity Mental Health Survey (SPMHS), verificou-se que entre os 46% de indivíduos que referiram uso do álcool, 70% beberam pelo menos 12 doses no último ano (chamados de usuários regulares). Dentre eles, 71% faziam o consumo do álcool em um padrão não pesado (até quatro doses para mulheres ou cinco doses para homens por ocasião de beber), 20% bebiam no padrão pesado de baixa frequência (BPBF: BP até três vezes por mês) e 9% bebiam no padrão pesado e frequente (BPAF: BP três vezes ou mais por mês). Além disso, o estudo identificou 8% de indivíduos com diagnóstico de abuso e 3,8% com diagnóstico de dependência.
O uso nocivo do álcool é extremamente prejudicial para a saúde de quem bebe e, por vezes, para quem está ao seu redor. Se você é adulto e decidiu beber, faça isso com moderação e nunca antes de dirigir ou em caso de gravidez. Se percebeu que está abusando, é hora de buscar apoio de médicos e especialistas para ir em busca da recuperação e da melhora na qualidade de vida.
PorCamila Magalhães
Fonte: Jovem Pan