O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta segunda-feira, 11, que demitiu o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, para colocar “alguém mais profissional” e dar transparência às ações da empresa. Para o presidente, a estatal não estaria usando a comunicação da forma adequada. “Eu indico para o conselho a admissão e demissão. Eu acho que a gente precisava…O motivo principal é alguém mais profissional lá dentro para poder dar transparência. A Petrobras não usa o seu marketing”, afirmou. Bolsonaro disse que “não apita” nas decisões da empresa, mas que as cobranças sobre alta dos combustíveis acabam sendo direcionadas a ele. “E obviamente é um desgaste enorme para mim”, afirmou em entrevista ao Irmãos Dias Podcast.
A demissão de Silva e Luna foi anunciada no dia 28 de março após semanas de atritos com Bolsonaro em meio às críticas do presidente à política de reajuste de preços dos combustíveis. No dia 10 de março, a estatal anunciou a elevação dos preços nas refinarias da gasolina (18,8%), diesel (24,9%) e gás de cozinha (16,1%). O aumento ocorreu em meio à disparada do barril de petróleo do tipo Brent, usado como referência para a formulação dos preços, em reflexo das incertezas no mercado geradas pela guerra no Leste Europeu. Na semana passada, o Executivo indicou o químico José Mauro Ferreira Coelho para o comando da estatal. Ele foi a segunda opção do governo. No fim de abril, o Ministério de Minas e Energia havia indicado Adriano Pires para a vaga. O economista, no entanto, desistiu da nomeação justificando conflito de interesses.
Ao ser questionado sobre a permanência de Paulo Guedes no Ministério da Economia, Bolsonaro disse que “a princípio”, ele deve seguir no cargo. “O Paulo Guedes é uma pessoa que foi fantástica por ocasião da pandemia. Não sei como o Brasil estaria se não fosse uma pessoa da firmeza ele”, afirmou. “Ele tem muito crédito e tem que ver se ele quer continuar também, com qualquer outro ministro. A princípio ele continua sem problema nenhum”, afirmou. O presidente também afirmou que o seu maior erro no governo foi ter trocado tantos auxiliares. “Acho que escolhi bem grande parte dos ministros, faltou tempo para poder escolher melhor alguns outros, e acabou dando alguns problemas”, disse.
Fonte: Jovem Pan