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Aos 90 anos, cuiabano ainda tem força para transformar madeira em violas de cocho, pilões e esculturas

Foto: Olhar Direto

Sentado nos degraus de casa, o cuiabano Ricardo dos Santos, de 90 anos, conta sobre o tempo em que encontrava pepitas de ouro com facilidade em garimpos e outros causos enquanto transforma pedaços de madeira em violas de cocho, gamelas, pilões ou esculturas. Apesar da passagem de quase um século ser vísivel nas mãos frágeis de Ricardo, elas ainda possuem a força suficiente para entalhar a madeira.

 

Sentado nos degraus de casa, o cuiabano Ricardo dos Santos, de 90 anos, conta sobre o tempo em que encontrava pepitas de ouro com facilidade em garimpos e outros causos enquanto transforma pedaços de madeira em violas de cocho, gamelas, pilões ou esculturas. Apesar da passagem de quase um século ser vísivel nas mãos frágeis de Ricardo, elas ainda possuem a força suficiente para entalhar a madeira.
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Para o cuiabano, as horas em que passa no ateliê improvisado em um dos cômodos da residência no bairro Aráes, em Cuiabá, que comprou economizando cruzeiro por cruzeiro com muito suor, como reforça, são capazes de transportá-lo de volta para a juventude.

Ele conta que, muitas vezes, perde a noção do tempo enquanto trabalha com a madeira. As vezes, atravessa madrugadas ouvindo clássicos das cantoras Jovelina Peróla Negra e Clementina de Jesus, pensando nas preciosidades que já encontrou nos garimpos ou quando “caprichava” nos bailes de antigamente. “Parece que estou novo, é a mocidade para mim. Igualzinho aos jovens quando vão farrear ou sair para dançar. A pessoa quando chega na velhice, fica recordando esses tempos. As vezes estou aqui ouvindo música sozinho na sala e começo a dançar de madrugada. O pessoal ali do prédio fica olhando e eu dou risada”.

“Eu ia nos bailes e caprichava para dançar, hoje o povo não capricha mais. Quando fui para o garimpo, toda a galera queria dançar bolero comigo”, continua Ricardo enquanto aponta para as sacadas em frente à casa.

O cuiabano mostra com destreza como faz para abrir um buraco na madeira que, depois das horas de trabalho, se transforma em um pilão de quase 1 metro, onde os cuiabanos fazem a tradicional paçoca de carne. A arte de entalhar madeira não foi adquirida através de cursos, conta Ricardo.

FONTE :OLHAR DIRETO
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