As investigações realizadas pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil de Mato Grosso, que resultaram na deflagração da Operação Efialtes, na manhã desta quarta-feira (07), apontaram que os policiais civis, presos na ação, trocaram droga apreendida por areia, isopor e até gesso. A droga que estava armazenada dentro de uma sala da Delegacia Especializada da Fronteira (Defron), em Cáceres (225 km de Cuiabá) foi vendida a traficantes.
O crime foi descoberto durante uma incineração, no dia 19 de abril, quando policiais constataram que lacres estavam violados. A partir de então um inquérito foi instaurado
A equipe da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) foi acionada e fez a análise de todo material e no laudo foi apontado que a droga apreendida, lacrada e armazenada na Defron havia sido substituída pelos tabletes de isopor, gesso e areia.
Os investigados não apenas fizeram a substituição da droga, mas utilizaram embalagem idêntica à da droga apreendida com o claro objetivo de confundir. Por exemplo, se a droga acondicionada tinha sido embalada com material de cor amarela, o tablete usado para substituí-la também era feito da mesma forma.
Toda droga era levada para diversos estados. O levantamento apurou que os entorpecentes foram enviados para Uberlândia (MG), na conhecida como ‘rota caipira’ e para o Nordeste (Maranhão e Piauí), sendo utilizadas empresas para lavar o dinheiro nos estados de Tocantins (Palmas/Nova Rosalândia) e de Mato Grosso (Mirassol d’Oeste e Cáceres).
Envolvidos
Com análise dos fatos, foram identificados três grupos envolvidos no esquema: o primeiro dos policiais e de seus auxiliares, para a substituição e subtração das drogas apreendidas.
O segundo grupo era dos traficantes, compradores e responsáveis pelos transportes do entorpecente. E por fim, a dos responsáveis pela lavagem de dinheiro, seja pelas empresas ou por laranjas.
A operação
Na operação, 102 ordens judiciais foram expedidas e entre elas estão, 39 mandados de prisão preventiva, 59 buscas e apreensões, quatro ordens de suspensão de atividades econômicas de empresas utilizadas para realizar a lavagem de dinheiro.
Além disso, foi determinado o bloqueio de valores no montante de R$ 25 milhões, sequestro de 14 veículos e quatro imóveis e o bloqueio de contas bancárias dos investigados.
As ordens são cumpridas nos estados de Mato Grosso, Rondônia, Piauí, Maranhão, Tocantins e Goiás.
FONTE:REPÒRTER MT