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Empresa já participou de esquema de R$ 33 milhões em “respiradores fantasmas” em Santa Catarina

Polícia Civ

A empresa Remocenter Serviços Médicos, que está no meio do escândalo que revelou desvios de R$ 1 milhão na Saúde de Cuiabá, também é acusada de envolvimento em esquema de “respiradores fantasmas” que causaram prejuízo de R$ 33 milhões em Santa Catarina.

A investigação da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) apura desvios de R$ 1 milhão na Saúde, em plena pandemia da covid-19, através da compra de medicamentos que nunca teriam dado entrada no estoque da Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP).

 

A apuração desencadeou na Operação Hypnos, que prendeu o ex-secretário de Saúde de Cuiabá, Célio Rodrigues. Além dele, também foram alvos Eduardo Pereira Vasconcelos; Nadir Ferreira Soares Camargo da Silva; Mônica Cristina Miranda dos Santos; Maurício Miranda de Mello; e João Bosco da Silva.

 

 

Conforme a Polícia Civil, ao analisar o histórico da Remocenter Serviços Médicos, o Núcleo de Inteligência da Deccor identificou que a empresa esteve no meio do esquema fraudulento na compra de 200 respiradores pelo governo catarinense. Foram R$ 33 milhões desviados em 2020.

Na época, a empresa já tinha como dono Gilmar Furtunato. Após denúncia de corrupção em Santa Catarina, em 2020, ele transferiu sua cota da sociedade para João Bosco da Silva, alvo da Operação Hypnos, e também mudou o endereço da empresa para Cuiabá.

Já em 2021, João Bosco passou 100% das suas cotas para Mônica Cristina Miranda dos Santos, também alvo da operação. Já em maio em 2021, Mônica incluiu no contrato, como objetivos da empresa, o comércio atacadista de medicamentos e drogas de uso humano.

Neste mesmo dia, houve o registro de aquisição de medicamentos da empresa Remocenter pelo Município de Cuiabá.

Em junho de 2021, segundo apuração da Polícia Civil, Mônica transfere a totalidade de suas cotas da empresa de volta para Gilmar Furtunato.

“A Autoridade Policial salienta que essa alternância de função é um artifício empresarial típico de empresas que são usadas de ‘fachada’ para lavagem de dinheiro e outros ilícitos, como o peculato”, diz trecho do documento da investigação.

Operação Hypnos

De acordo com a Polícia Civil, relatórios de auditoria da Controladoria-Geral do Estado apontaram indícios de desvios de recursos públicos na Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP). A partir disso, foram constatadas diversas irregularidades em alguns pagamentos, na ordem de R$ 1 milhão.

Em tese, foram autorizados pagamentos sem as devidas formalidades para a empresa Remocenter, apontada como fantasma, cujos sócios seriam laranjas.

Conforme a polícia, o quadro de sócios era composto por pessoas que não teriam condições de administrá-la. Além disso, a Remocenter não tinha sede física no local informado em seu registro formal.

Os indícios sugerem que esses pagamentos se referem à aquisição de medicamentos que não possuem, a princípio, comprovação de que chegaram na farmácia da Empresa Cuiabana de Saúde Pública. Isso levanta suspeitas de que esses medicamentos, de fato, nunca teriam dado entrada no estoque da ECSP.

fonte:repòrter mt.

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