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Usuárias do transporte público de VG denunciam atrasos, superlotação e medo de assédio

Foto: Reprodução

Parte da minha rotina é esperar o ônibus”, comenta Crislaine Mogenio, de 26 anos, estagiária do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, que utiliza o transporte público intermunicipal entre Cuiabá e Várzea Grande. A queixa da jovem se une a de outras usuárias das linhas que atravessam ambas as cidades: atraso no horário dos ônibus, superlotação e receio de possíveis assédios. Apesar das reclamações, o problema relatado é tido como antigo e até então, sem solução. Transitando entre as cidades quase todos os dias, Crislaine compartilha que por vezes precisa sair de casa até duas horas antes para conseguir chegar no estágio dentro do horário de expediente. Segundo a estudante, a dinâmica se repete também no período noturno.

“Os ônibus não tem horário. Preciso sair de casa 9h para conseguir chegar no meu local de trabalho às 11h, e às vezes mesmo assim não consigo chegar. É horrível ter que ficar esperando e durante a noite é a mesma coisa. Parte da minha rotina é esperando o ônibus e dentro do ônibus”, afirma.

A queixa também chegou aos fiscais presentes no terminal André Maggi, em Várzea Grande, mas nenhuma medida foi efetivamente tomada. Ainda segundo Crislaine, mesmo com as reclamações, os atrasos nos horários em que os ônibus passam pelo local permanecem. Com a demora, os usuários acabam formando longas filas no terminal, chegando a cruzar todo o espaço.

“Cheguei a conversar com um fiscal que estava no terminal, reclamei que já fazia 30 minutos que o 24 não passava e ele me disse que já iria passar, mas se passaram mais 10 minutos e nada. Às vezes a gente espera mais de 30 minutos”, conta.

Formada pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Lupita comenta que desde 2017 utiliza as linhas intermunicipais com mais frequência para conseguir se deslocar até o campus da instituição de ensino. Mesmo conhecendo os horários das linhas que utiliza, a cientista social conta que precisa prever atrasos de até 30 minutos.

“Passei a utilizar o transporte público com mais frequência em 2017, quando entrei na UFMT e precisava me deslocar pela manhã […].  Quando chega no terminal preciso esperar o ônibus que vai para Cuiabá, só que esses ônibus também estão demorando muito para passar, então a gente chega a ficar de 20 a 30 minutos esperando o ônibus e quando chega tá sempre super lotado”, conta.

Ainda segundo Lupita, com a superlotação das linhas, em especial a 24, que liga o terminal André Maggi ao Shopping Pantanal, aumentam os riscos de acidente envolvendo os passageiros. O receio de sofrer algum tipo de assédio também ocupa um grande espaço na rotina da auxiliar administrativa.

“Nessa superlotação do ônibus, corremos riscos de ficar presa na porta, de assédio e chegar atrasada no trabalho. Também nos sentimos também desvalorizadas, porque não está tendo retorno para a gente e estamos pagando R$ 4,95 em uma passagem. Ficamos muito tempo esperando no terminal e quando o ônibus chega, está sempre muito lotado”, defendeu Lupita.

FONTE:REPÒRTER MT.

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