A fala de Mauro Mendes não foi bem recebida pelos parlamentares, que passaram mais de duas horas discutindo o assunto e prometendo que iriam criticar o governador na imprensa, caso ele não se retratasse. Beto, então, teve que trabalhar.
Como o líder do governo, deputado Dilmar Dal Bosco (UNIÃO), está licenciado, Dois a Um assumiu postura na defesa e pediu que os colegas entendessem que o governador não foi mal interpretado, mas sim teve uma fala mal colocada e que isso seria resolvido. “Não é necessário causar uma guerra com isso”, declarou Beto aos colegas.
Alguns deputados chegaram a pedir respeito para o governador, em tom alto, durante a reunião. A deputada Janaina Riva também acompanhou os colegas e disse que Mauro Mendes precisa acompanhar mais o trabalho do parlamento antes de dizer que os deputados trabalham pouco. Nessa hora, mais uma vez, Beto teve que intervir e pedir que os colegas tivessem calma para evitar que uma fala mal colocada acabasse se tornando uma tempestade desnecessária.
O presidente Eduardo Botelho (UNIÃO) também se pronunciou sobre o assunto. Principalmente porque o motivo da fala do governador se deu após o questionamento da imprensa sobre enviar projetos para a Casa de Leis, de maneira urgente e urgentíssima.
“O deputado não trabalha só um dia. Ele trabalha sábado, domingo, recebe telefonemas, faz atendimentos, participa de comissão e acompanha coisas do estado. Não só em dia de sessão a gente trabalha. É igual o repórter. Ele só trabalha na hora do programa de TV? Não, né? Então, o governador tem que saber disso também. Mas, não haverá crise por isso”, comentou o presidente do Poder Legislativo.
Posto todos os lados, o Colégio de Líderes seguiu para outros assuntos, superando possível crise. No fim das duas sessões, até o deputado Lúdio Cabral (PT), que é oposicionista ferrenho aos governador, disse que não iria comentar a fala de Mendes e que isso poderia se tornar uma cortina de fumaça sobre outros assuntos que merecem a atenção no Estado.