O juiz da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Jean Garcia de Freitas Bezerra, manteve a prisão de 31 pessoas detidas na Operação Efialtes, deflagrada em dezembro de 2022 para desmantelar uma organização criminosa que furtava e comercializava drogas apreendidas pela Polícia Civil. A decisão foi publicada nesta terça-feira (4) no Diário da Justiça.
Permanecerão presos cinco investigadores da Polícia Civil: Sérgio Amâncio da Cruz, Ariovaldo Marques Aguilar, Paulo Sérgio Gonçalves Alonso, Luismar Castrillon Ramos e Antônio Mamedes Pinto de Miranda, este último suplente de vereador. Há ainda empresários de Cáceres (219 km de Cuiabá) que permanecerão presos preventivamente.
O magistrado entendeu que a conduta dos acusados é grave e a prisão não é capaz de interromper as atividades criminosas.
“Afinal, se a organização criminosa é delito permanente e se há fortes indícios de que ainda pode estar em plena atuação, o certo é que a prisão dos membros identificados é a solução mais viável neste momento (…) Enquanto perdurarem os pressupostos que motivaram o decreto preventivo é de rigor sua manutenção”, diz um dos trechos da decisão.
De acordo com as investigações da Polícia Civil, os investigadores Antônio Mamedes Pinto de Miranda, Ariovaldo Marques Aguimar, Luismar Castrillon Ramos, Marcia Lucia, Paulo e Sérgio Amâncio desviaram uma carga de cocaína avaliada em R$ 24,475 milhões. A droga deveria ser incinerada, mas, no momento do procedimento, os policiais as trocavam por areia, gesso e isopor.
A investigação, realizada pela Corregedoria da Polícia Civil, apurou que houve violação de lacres e troca de material entorpecente apreendido por areia, gesso e outros materiais.
O fato foi constatado no dia 19 de abril de 2022, durante uma incineração de drogas realizada pela Defron (Delegacia Especializada da Fronteira), no Município. Durante a solenidade, foi constatada a troca da droga por outros produtos.
Foi então determinada a investigação na Defron e na Delegacia Municipal de Cáceres, onde eram armazenadas as drogas apreendidas.
Ainda conforme a Polícia Civil, até o momento o inquérito apurou que o grupo atuava pelo menos desde 2015, tendo substituído cerca de 1 tonelada de drogas.
Em um ano, os doleiros, através de empresas e pessoas físicas, conseguiram lavar cerca de R$ 100 milhões da venda dessas drogas furtadas dos armazéns.
FONTE:REPÒRTER MT.