O governador Mauro Mendes (União) defendeu que o texto da Reforma Tributária seja amadurecido e que seja votado após o recesso parlamentar do Congresso Nacional. Em entrevista para a Rede Jovem Pan, o chefe do Executivo estadual disse que a cesta básica será tributada, prejudicando os mais pobres ao mesmo tempo em que estabelece privilégios para alguns setores.
“É uma preocupação que nós temos porque está muito claro que vai haver uma tributação na cesta básica e não é justo que você tribute os mais pobres em detrimento daqueles que podem pagar um pouco mais. Então existe uma tributação na cesta básica, vai haver um aumento de carga tributária para os mais pobres e para a classe média”, disse.
“Existe um privilégio muito grande para os exportadores, uma preocupação que possa haver um aumento da tributação do agronegócio, um setor importante da economia brasileira, então nós mostramos alguns pontos ali que podem, por exemplo, tirar a competitividade regional”, acrescentou.
É uma preocupação que nós temos porque está muito claro que vai haver uma tributação na cesta básica e não é justo que você tribute os mais pobres em detrimento daqueles que podem pagar um pouco mais
Mendes ressaltou que é a reforma é necessária, mas deve ser feita com responsabilidade para não penalizar a população. Disse ainda que existem governadores que não estão se manifestando porque serão beneficiados com a reforma.
“E são grandes indústrias, grandes exportadores, empresas que vão ser beneficiadas com o modelo proposto, que eu acho que com esse modelo proposto, se não tiver bons e corretos ajustes, não vai passar”, disse.
O governador argumenta que essa discussão precisa amadurecer e por isso é melhor que a votação fique para agosto ou setembro.
Mauro lembrou que o texto foi divulgado no último dia 23 de junho, há poucos dias, e que na semana passada as discussões foram interrompidas em Brasília por conta das festividades regionais no Nordeste e pelo Fórum Jurídico de Lisboa, evento organizado pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que reuniu as principais lideranças do Congresso Nacional.
E são grandes indústrias, grandes exportadores, empresas que vão ser beneficiadas com o modelo proposto
“Na semana passada estava todo mundo de férias, uns pulando São João no Nordeste, no Carnaval, alguns foram para Portugal. Ou seja, nada funcionou em Brasília semana passada. E chegam nessa semana e querem votar rapidamente algo que vai impactar na vida de todos os brasileiros”, disse, fazendo referência ao desejo do presidente da Câmara Federal, Arthur Lira (PP-AL), de votar a matéria até sexta-feira (07).
Entidades do agronegócio e do setor de comércio, além de frentes parlamentares, como a da Agropecuária, têm se mobilizado para conseguir ao menos o adiamento da votação do projeto, dando mais tempo para negociações.
FONTE:REPÒRTER MT.