Investigação da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa apontou que a suposta mandante da morte do advogado Roberto Zampieri, Maria Angélica Caixeta Gontijo, estava em Cuiabá no dia do crime. A mulher confirmou que viajou para a Capital, e detalhou o motivo, no entanto os delegados responsáveis pelo caso não o revelaram para não atrapalhar o andamento do inquérito policial.
“Os policiais [de Minas Gerais] já estavam em campana [para a prisão]. E no momento oportuno fizeram a vigilância e ela estava em um posto de combustível, fazendo o uso do seu veículo. É uma Montana blindada, o mesmo veículo que foi constatado pelas câmeras que temos de monitoramento, tanto nas BRs, quanto chegando na cidade, foi o mesmo veiculo que ela chegou em Cuiabá no dia dos fatos ou um dia antes, mas no dia ela estava aqui”, afirmou o delegado Caio Fernando Albuquerque na coletiva de imprensa no sábado (23).
A empresária e farmacêutica foi apontada como mandante do crime por possuir uma disputa agrária que envolve o advogado. Conforme já noticiado pelo Olhar Direto, Zampieri advogou um tempo para Maria Angélica e teria mudado de lado no decorrer da disputa por uma fazenda em Ribeirão Cascalheira (a 772 km de Cuiabá).
Os delegados Caio Fernando e Edson Pick afirmam que a relação entre Gontijo e Zampieri é confusa e muita complexa e ainda não houve tempo hábil para ler todas as ações judiciais que tinham em comum e descobrir a ligação com o crime.
Agora, a equipe da DHPP segue com o trabalho investigativo para procurar amarrar os vínculos entre os três envolvidos presos, Maria Angélica, Antonio Gomes da Silva e Hedilerson Fialho Martins Barbosa, conforme explicado pelo delegado Pick.
“O vínculo entre Antônio e esse terceiro, a gente já amarrou. O boné ele que usou no dia do crime, quando ele estava na companhia de Antônio, está aqui. O Antônio, ele já foi identificado. Então a gente vai começar a amarrar os vínculos em toda a cadeia, do executor até o mandante”, disse.
Os celulares dos suspeitos também foram apreendidos e passam por perícia das equipes, junto com as quatro armas de calibre 9 mm. Todas as diligências para o caso foram tranquilas, segundo as autoridades policiais. Os interrogatórios foram gravados e filmados para inserção no inquérito policial.
Investigações e prisões
Roberto Zampieri tinha 57 anos e foi assassinado na noite do dia 5 de dezembro, na frente de seu escritório, localizado no bairro Bosque da Saúde, na capital. A vítima estava dentro de uma picape Fiat Toro quando foi atingida pelo executor com dez disparos.
Após o fato, Antônio, que veio a Cuiabá apenas para o homicídio, retornou para Santa Luzia, onde mora, e foi preso na quarta-feira. O mandado de prisão dele foi cumprido pela Delegacia de Homicídios da capital mineira em apoio à Polícia Civil de Mato Grosso, que investiga o crime ocorrido contra o advogado.
Já a mandante do crime, a veterinária e empresária Maria Angélica Caixeta Gontijo, foi presa na cidade de Patos de Minas, no sudeste mineiro.
No momento da prisão, a investigada estava com uma pistola 9mm, do mesmo calibre que o utilizado no homicídio do advogado. Interrogada, ela negou as acusações, passou pela audiência de custódia e foi para uma unidade prisional de Patos de Minas.
Hedilerson Barbosa, de 53 anos, foi preso na sexta-feira (22) em Belo Horizonte, acusado de ser o intermediário da morte de Zampieri. Ele é veterano do Exército Brasileiro e trabalha como instrutor de armamento de tiro. O terceiro envolvido foi identificado como o responsável por contatar Antônio para executar o crime.
As prisões do suspeitos foram decretadas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais da Comarca de Cuiabá, com base nas investigações conduzidas pela equipe da DHPP de Cuiabá e contaram com apoio fundamental da Polícia Civil do Estado de Minas Gerais. Eles chegaram em Cuiabá no sábado (23), onde passaram por procedimentos cabíveis e foram encaminhados para as penitenciárias.