O cabo da Polícia Militar registrou o desaparecimento de uma arma após a repercussão de assassinatos pela imprensa.
Ekesio Rosa da Cruz
Cássio Brito, cabo da Polícia Militar acusado de matar duas pessoas em situação de rua e de três tentativas de homicídio, registrou um boletim de ocorrência afirmando que sua pistola 9 milímetros havia sido furtada. O registro ocorreu após a imprensa perceber a repercussão dos crimes. O investigado e o seu colega Élder José da Silva estão presos no Presídio Militar de Chapada dos Guimarães (65 km de Cuiabá), acusados de terem participado do crime.
“Os denunciados inovaram artificiosamente, com o fim de induzir a erro o juiz e os peritos criminais, visando produzir efeito em processo penal ainda não iniciado, ao passo que, após tomarem conhecimento através da imprensa sobre o envolvimento de ambos nos crimes contra a vida, Cássio realizou o registro de Boletim de Ocorrência na cidade de Pedra Preta noticiando o extravio de sua arma de fogo funcional (Pistola Glock, calibre 9mm”, diz trecho da denúncia assinada pelo promotor Reinaldo Antônio Vessani Filho.
Além disso, o Ministério Público apontou que Cássio promoveu a “supressão, ocultação e destruição de provas, porque danificou seu aparelho de telefone celular”, que foi localizado durante cumprimento de mandado de busca domiciliar em sua residência.
O promotor destacou, ainda, que os denunciados ocultaram um veículo Land Rover com indícios de sangue em um pátio de uma transportadora. Além disso, as investigações revelaram que Élder registrou um boletim de ocorrência alegando que foi baleado acidentalmente na perna, quando caçava na região do município de Itiquira (350 km de Cuiabá)
No entanto, a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) concluiu que Elder foi baleado de forma não intencional pelo colega durante a ação criminosa.
Essas são as justificativas para o promotor denunciar a dupla, além de homicídio quadruplamente qualificado, pelo crime de fraude processual.
Os crimes contra a vida estão relacionados aos crimes.
Os denunciados, no dia 27 de dezembro de 2023, foram assassinados pelas vítimas Odinilson Landvoigt de Oliveira (alcunha Russo) e Thiago Rodrigues Lopes.
As vítimas foram assassinadas com tiros. Os denunciados ainda tentaram matar, segundo o MPE, mais três pessoas: Antônio Marcos Marques de Souza, William Pereira de Oliveira Filho e Oziel Ferle da Silva (conhecido como Maranhão).
A acusação descreve que os PMs estavam em um veículo marca Land Rover, de cor escura, quando foram até as proximidades do Centro POP (Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua), momento em que, na posse de arma de fogo de uso restrito (Calibre 9 mm), do interior do veículo, atiraram diversas vezes na direção das pessoas que se encontravam dormindo ou deitadas na calçada.