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A justiça confirmou uma sentença de 200 anos contra um dos integrantes do grupo que cometeu a chacina em Colniza

Foto: Reprodução

O Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso acatou o recurso de apelação interposto por um dos envolvidos no caso que ficou conhecido como “Chacina de Taquaruçu do Norte”, ocorrido em abril de 2017, no município de Colniza, e confirmou a sentença de 200 anos de reclusão.

Ronaldo Dalmoneck foi condenado pelo tribunal do júri por homicídio qualificado por meio de meio cruel, motivo torpe e impossibilidade de defesa das vítimas. Além disso, cometeu o delito de integrar um grupo de extermínio, que foi calculado em nove vezes. Recorreu da decisão, mas a sentença de 200 anos foi confirmada em processo de sentença, ou seja, em processo de sentença, não podendo mais ser discutida.

O primeiro réu do caso foi o primeiro a ser julgado pelo júri popular, que concordou com a tese do Ministério Público Estadual, fundamentada na investigação da Polícia Civil.

Os oito investigados que participaram da chacina foram denunciados à Justiça. A primeira denuncia foi apresentada por cinco pessoas, mas o processo foi desmembrado. Em julho de 2021, mais três pessoas foram denunciadas. Dois mandantes e um executor.

Denunciados

Um dos casos de homicídio mais notórios nos últimos anos em Mato Grosso, a chacina que resultou na morte de nove trabalhadores, em abril de 2017, requereu à Polícia Civil do Estado um aparato de investigação que incluía diligências em diversas cidades de diversos estados, análises de inteligência de diversas fontes e depoimentos de testemunhas, familiares de vítimas e sobreviventes.

Em julho de 2021, o Ministério Público Estadual apresentou uma nova denúncia por homicídio qualificado e associação a um grupo de extermínio. A denúncia do MPE é fruto de uma nova perspetiva da Polícia Civil, que apurou outros motivos para a prática do delito, sendo um mandante e dois executantes.

Primeira etapa

A primeira etapa da investigação, que teve a participação da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Cuiabá e da Delegacia de Colniza, sob a coordenação dos delegados Edison Pick e Henrique Espíndola, identificou quatro executores e um mandante do crime, que foram denunciados pelo Ministério Público.

A Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso, posteriormente, recebeu novas denúncias de que as pessoas que foram investigadas na primeira fase da investigação não seriam as mesmas que cometeram o delito.

A partir dos novos dados, as equipes de investigação, apoiadas pela Diretoria de Inteligência da Polícia Civil, realizaram diversas diligências em diversas cidades de Mato Grosso, Rondônia e Pará para obter indícios que pudessem levar à responsabilização dos denunciados.
A denúncia do Ministério Público, com base nas investigações da Polícia Civil, revela que o advogado e empresário M.T.S.D., o agricultor A.A.S. e C.P. agem como um grupo de extermínio, sob a desculpa de fornecer segurança privada.

A limpeza da área

No ano anterior à tragédia, o advogado e o agricultor adquiriram uma chácara em Taquaruçu do Norte, parceladamente. O pagamento integral foi condicionado à necessidade de “limpeza da área”, ou seja, à remoção de eventuais posseiros ou proprietários que se encontravam no local. Dessa forma, o advogado teria organizado para que os executores promovessem essa limpeza. Em 19 de abril de 2017, nove pessoas foram assassinadas com armas brancas e fogo, sendo pego de surpresa pelo local.

Durante as perícias, os policiais civis chegaram ao contrato de compra e venda da área onde ocorreu o crime, que estava em nome do advogado, que, posteriormente, foi apontado como o mandante da chacina.

Os investigadores analisaram documentos apreendidos, depoimentos e produziram dezenas de relatórios que, ao contrário das primeiras investigações, levaram aos três investigados pela chacina. Uma das testemunhas ouvidas pela Polícia Civil confirmou que os responsáveis conduziram os agressores ao local da execução. Outra testemunha confirmou que o advogado teria alugado uma aeronave para jogar sementes em uma área aberta, onde as vítimas foram mortas.

As perícias da Polícia Civil de Mato Grosso foram realizadas nas seguintes cidades: Chupinguaia, Machadinho do Oeste, Ariquemes, Ji-Paraná, Pimenta Bueno, São Felipe do Oeste, Rolim de Moura e Alto Alegre dos Parecis, todas em Rondônia; Rurópolis, no Pará, e Colniza, no Pará.

 

 

Fonte: Informações/ Olhardireto

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