Em meio à polêmica gerada por um vídeo que mostra a abordagem violenta de policiais militares na Praça Popular, em Cuiabá, no dia 3 de julho, a Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar do Estado de Mato Grosso (ACSPMBM-MT) se manifestou, negando qualquer excesso por parte dos agentes e repudiando o pedido de afastamento feito pela Defensoria Pública.
O fato ocorreu após um jogo de futebol, quando um homem ensanguentado entrou em um bar pedindo ajuda. A Defensoria Pública de Mato Grosso divulgou uma nota comparando a ocorrência ao caso George Floyd, nos Estados Unidos, e afirmou que um defensor público e um procurador do Estado foram presos ilegalmente ao tentar intervir na situação.
De acordo com a nota da Defensoria, o homem, que vivia na rua e era usuário de drogas, havia sido agredido por policiais. As imagens mostram o homem imobilizado enquanto os policiais continuam com as agressões, ignorando os pedidos dos clientes do bar para que cessassem a violência. Em um momento capturado no vídeo, um dos policiais afirma: “Este é o procedimento da Polícia!”.
Quando o defensor público tentou interromper a situação e se identificou como membro da Defensoria, ele foi agredido verbalmente e teve seu celular, que usava para filmar a ação, arrancado das mãos. Outro cliente do bar também foi agredido pelos policiais. Posteriormente, o defensor foi preso ao tentar recuperar seu telefone e colocado no camburão, sendo liberado na Central de Flagrantes por falta de provas de qualquer crime.
Em resposta, a ACSPMBM-MT, por meio de seu presidente, sargento Laudicério Machado, afirmou que a Polícia Militar possui seus próprios mecanismos de apuração e que não houve qualquer excesso na ação policial..
Laudicério destacou a necessidade de ouvir o lado dos policiais, que frequentemente atuam sob alto nível de estresse e tomam decisões rápidas para manter a ordem. Ele ressaltou que o conduzido ofereceu resistência a todo momento, justificando o uso moderado da força.
“É fundamental lembrar que, em qualquer situação, todos os envolvidos têm direito à presunção de inocência até que se prove o contrário. Acusar os policiais militares sem uma investigação completa é precipitado e completamente injusto. É crucial ouvir o lado dos policiais militares, agentes de segurança que atendem diversas ocorrências diárias, com alto nível de estresse e pouco tempo, obrigados a tomar decisões rápidas, sendo necessárias para manter a ordem pública.”, disse o sargento.
A associação reafirmou que a intervenção policial é necessária em situações de potencial conflito para evitar escaladas de violência. Segundo Laudicério, a presença de um defensor público e um procurador não deve influenciar a ocorrência policial, e que os agentes agiram para garantir a segurança e a ordem pública.