Delegado Bruno Abreu, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que investiga a morte do advogado Renato Gomes Nery, de 72 anos, disse que um dos investigados que foi alvo de uma busca e apreensão nesta terça-feira (30) é um ‘exímio atirador’. Morador de Guarantã do Norte (709 km de Cuiabá), o suspeito tem uma arma, que não foi encontrada, com o mesmo calibre da utilizada no assassinato do jurista.
Em entrevista à Rádio Capital FM nesta terça-feira, a autoridade policial explicou que apesar de o suspeito ter todas as características de ser o executor do crime, o modus operandi aponta para que ele, na verdade, tenha contratado pessoas para executar Nery.
“Ele sabe atirar, é atirador de elite e profissional. Ele tem todas as características do atirador. Mas o modus operandi dele é de contratar pessoas para executar o crime. Então pode ser que ele contratou pessoas para realizar esse crime, tendo em vista que a família dele mora em Cuiabá”, afirmou o delegado.
Outro ponto investigado e que corrobora para a participação dele no crime é a sua passagem criminal. Segundo o delegado, o suspeito tem envolvimento em homicídios e já contratou pistoleiros para matar desafetos.
“A gente ainda não sabe exatamente a participação dele, se foi de executar ou emprestar a arma. Ele tem diversas passagens de homicídios e diversos processos de participação em homicídios e histórico de contratar pistoleiros para executar homicídios. O passado dele é esse aí”, disse.
Operação
Policiais da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) cumpriram, na manhã desta terça-feira (30), três ordens de mandados de busca e apreensão contra investigados do homicídio do advogado Renato Gomes Nery, de 72 anos, assassinado a tiros na porta do seu escritório em Cuiabá, no começo do mês.
De acordo com as informações apuradas pela reportagem, um mandado foi cumprido em Cuiabá, um em Várzea Grande e outro em Guarantã do Norte.
Neste último município, o suspeito resistiu à entrada dos policiais inicialmente e negou entregar duas armas registradas, sendo uma glock 9mm e uma Ct9mm, afirmando que as escondeu.
“Houve muita resistência. Nós não conseguimos apreender as armas que queríamos. Ele escondeu as armas, não entregou. Agora vamos trabalhar para localizá-las e dar continuidade às investigações. As armas ele têm registradas e são do mesmo calibre da cena do crime. Elas [as armas] não foram localizadas para fazermos esse confronto [balístico]”, disse o delegado Bruno Abreu.
A princípio, a operação visa investigar o executor do crime.
As equipes da DHPP farão análise do material apreendido e outras diligências estão em andamento para esclarecer a autoria do homicídio.
“Trata-se de investigação complexa, técnica e serão necessárias análises de dados para que possamos obter o resultado final”, pontuou a equipe da DHPP.
A investigação está sob sigilo e outras informações serão divulgadas no momento oportuno, a fim de não comprometer o andamento da apuração, disse a Polícia Civil.
Relembre
O advogado foi baleado na cabeça e no peito quando saía do escritório localizado na avenida Fernando Côrrea da Costa, na manhã do dia 5 de julho.
Os criminosos ainda não foram identificados e fugiram. A morte foi confirmada por meio de nota da Associação da Advocacia Criminal de Mato Grosso (ANACRIM-MT), presidida pelo advogado Rodrigo Moreira Marinho.
“Sua partida deixa uma lacuna irreparável, mas seus ensinamentos e contribuições para a advocacia continuarão a inspirar todos nós”. Os disparos foram efetuados a uma distância aproximada de dois metros. Renato foi socorrido e encaminhado em estado grave à unidade de saúde, onde recebeu intervenção médica.