Acusado de envolvimento na morte de advogado presta depoimento complementar e emociona ao relatar perda familiar
Hidelerson Fialho Martins Barbosa, acusado de envolvimento no assassinato do advogado Roberto Zampieri, prestou depoimento complementar nesta terça-feira (10), na 12ª Vara Criminal de Cuiabá. O advogado foi executado a tiros em dezembro de 2023. A audiência, que teve início às 16h, contou apenas com questionamentos da defesa, sem intervenção do Ministério Público ou da juíza Anna Paula Gomes de Freitas.
Durante o depoimento, Hidelerson, veterano do Exército e instrutor de tiro, afirmou que estava em Cuiabá apenas para uma competição e revelou ter contratado o advogado Alessandro Pincher por recomendação do coronel Etevaldo Caçadini, também preso e suspeito de envolvimento no crime. Em janeiro, Alessandro havia relatado que seus clientes estavam sendo assediados por outro escritório de advocacia do Estado.
Caçadini, apontado como o financiador do assassinato de Zampieri, foi descrito por Hidelerson como uma figura paterna. Visivelmente abalado, o acusado revelou ter perdido sua mãe no dia anterior, o que levou seus advogados a solicitar a revogação da prisão preventiva ou sua substituição por prisão domiciliar por questões humanitárias. A advogada Sarah Quinetti, conhecida como “Rainha do HC”, também pediu a revogação da preventiva de Caçadini, mas o promotor Jorge Damante se posicionou contra ambos os pedidos.
A defesa de Hidelerson havia solicitado à Justiça a autorização para um depoimento complementar, após a inclusão no processo de um relatório técnico de extração do celular de Caçadini, contendo dados que supostamente vinculam Hidelerson ao crime. Entre as evidências está uma imagem de passagem aérea que confirma a presença do acusado em Cuiabá no período em que o assassinato foi planejado.
Os advogados argumentaram que o direito à autodefesa foi comprometido, pois não tiveram acesso completo ao relatório antes da audiência anterior. No entanto, o Ministério Público destacou que o documento estava disponível desde julho para todas as partes envolvidas no processo. Em sua decisão, a juíza criticou a defesa pela falta de diligência, mas autorizou o novo depoimento, marcado para o dia 10 de setembro.
Roberto Zampieri foi assassinado em 5 de dezembro de 2023, atingido por pelo menos dez tiros disparados por Antônio Gomes da Silva, contratado pelo coronel Caçadini a mando do produtor rural Aníbal Laurindo, que atualmente é monitorado por tornozeleira eletrônica. Hidelerson é acusado de intermediar a conexão entre Antônio e os mandantes do crime.